ATA DA
TRIGÉSIMA SEGUNDA SESSÃO ORDINÁRIA DA QUINTA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA
NONA LEGISLATURA, EM 04.05.1987.
Aos quatro
dias do mês de maio do ano de mil novecentos e oitenta e sete reuniu-se, na
Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre,
em sua Trigésima Segunda Sessão Ordinária da Quinta Sessão Legislativa
Ordinária da Nona Legislatura. Às quatorze horas e três minutos foi realizada a
chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha
Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim,
Clóvis Brum, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis,
Jaques Machado, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano
José, Rafael Santos, Raul Casa, Teresinha Chaise, Werner Becker, Nilton Comin,
Flávio Coulon, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani e
Kenny Braga. Constatada a existência de "quorum", o Sr. Presidente
declarou abertos os trabalhos e determinou ao Ver. Artur Zanella que procedesse
à leitura de trecho da Bíblia. A seguir o Sr. Secretário procedeu à leitura das
Atas da Trigésima Primeira Sessão Ordinária e da Nona Sessão Solene que,
juntamente com as Atas da Trigésima Sessão Ordinária e da Sexta Sessão Extraordinária,
foram aprovadas. Na oportunidade foi feito pedido de retificação pelo Vereador
Aranha Filho, para que na Ata da Nona Sessão Solene, onde consta “Sr. João
Juliani Filho, Presidente da Federação Gaúcha de Football”, passe a constar
“Sr. João Juliani Filho, ex-Presidente da Federação Gaúcha de Football”. À MESA
foram apresentados; pelo Ver. Aranha Filho, 01 Pedido de Providências
solicitando que o Órgão Executivo estabeleça com os permissionários das salas e
bancas do Mercado Público Central, um Contrato de Comodato isentando-os do
recolhimento do valor locativo e obrigando-os à conservação e melhorias
permanentes nesse próprio municipal; pelo Vereador Frederico Barbosa, 01
Indicação sugerindo ao Sr. Governador do Estado que seja examinada com a máxima
urgência a situação do policiamento no Bairro Cristal; pela Ver.ª Gladis
Mantelli, 01 Projeto de Lei do Legislativo n.º 27/87 (proc. n.º 924/87), que
denomina Rua Villa Lobos uma via pública; pelo Ver. Rafael Santos, 01 Pedido de
Providências, solicitando que sejam determinadas a imediata limpeza e reforma
do Viaduto Otavio Rocha, com reposição de luminárias, bem como a retirada dos
ambulantes e camelôs que estão se instalando naquele local, cada vez em maior
número. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios-Circulares n.ºs 01/87, da Câmara
Municipal de Natal - RN; 01/87, da Câmara Municipal de Santa Maria da Vitória -
BA; 02/87, da Câmara Municipal de Gravataí - RS; 11/87, da Câmara Municipal de
Cambará do Sul - RS; s/n.º, do Presidente da Associação dos Municípios do
Grande Santa Rosa - Santo Cristo - RS; Cartão da Câmara Municipal de Arroio dos
Tigres - RS. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver. Hermes Dutra comentou problemas que
vêm ocorrendo em Comissões Especiais desta Casa, quando partidos com apenas um
representante são convocados para várias reuniões ao mesmo tempo. Disse ter a
intenção de apresentar Projeto de Emenda à Lei Orgânica para que se regularize
essa situação e não ocorram prejuízos às comissões por falta de
"quorum" nas reuniões. A seguir, constatada a existência de
"quorum", foi aprovado Requerimento do Ver. Caio Lustosa, solicitando
Licença para Tratamento de Interesses Particulares no dia de hoje. Em
continuidade, o Sr. Presidente declarou empossado na Vereança o Suplente
Marcinho Medeiros e, informando que S.Exa. já prestara compromisso legal nesta
Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que passaria a
integrar a Comissão de Justiça e Redação. Ainda, em GRANDE EXPEDIENTE, o Ver.
Aranha Filho teceu comentários acerca de Pedido de Providências de sua autoria,
encaminhado hoje à Mesa, que solicita ao Executivo Municipal que repasse aos
permissionários do Mercado Público a obrigatoriedade da conservação e melhoria
daquele próprio municipal. Falou sobre a Lei aprovada nesta Casa, na última semana,
que deu origem à nova metodologia de cálculo para as tarifas do transporte
coletivo, analisando a mesma e salientando os reflexos sofridos por esta Câmara
com sua aprovação. Após, constatada a existência de "quorum", foi
iniciada a ORDEM DO DIA. Em Discussão Geral e Votação, Urgência, esteve o
Projeto de Lei do Executivo n.º 20/87 que após ter sido discutido pelos
Vereadores Lauro Hagemann e Rafael Santos teve revogado seu regime de urgência
e adiada sua votação por duas Sessões, a Requerimentos, aprovados, do Ver.
Cleom Guatimozim. Em Discussão Geral e Votação este o Projeto de Lei do
Executivo n.º 70/86, que após ter sido discutido pelos Vereadores Antonio
Hohlfeldt, Clóvis Brum, Werner Becker, Flávio Coulon e Cleom Guatimozim, foi
adiada por duas Sessões a Requerimento, aprovado, do Ver. Cleom Guatimozim. Em
Discussão Geral e Votação foram aprovados o Projeto de Lei do Executivo n.º
14/87, por vinte e dois votos SIM e uma ABSTENÇÃO, tenso sido submetido à
votação nominal a Requerimento, aprovado, do Ver. Pedro Ruas, após ter sido
discutido pelo Ver. Artur Zanella; os Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 88;
94/86; o Projeto de Lei do Executivo 10/87; o Projeto de Resolução n.º 03/87; o
Pedido de Autorização n.º 04/87. Em Discussão Geral e Votação esteve o Projeto
de Lei do Legislativo n.º 86/86 que, após ter sido discutido pelos Vereadores
Marcinho Medeiros e Lauro Hagemann, foi adiado por cinco Sessões a
Requerimento, aprovado, do Ver. Isaac Ainhorn. A seguir, foi aprovado
Requerimento do Ver. Ennio Terra, solicitando Licença para Tratamento de Saúde
por quinze dias, a contar desta data. Em Renovação de Votação estiveram: o Veto
Total ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 59/86 que, após ter recebido
dezenove votos SIM e dez votos NÃO e haver sido encaminhado à votação pelos
Vereadores Jorge Goularte, Nilton Comin e Rafael Santos, teve sua votação
anulada a Requerimento, deferido, do Ver. Jorge Goularte, em face da
participação, na votação do Projeto, do Suplente Cláudio Dubina, ainda não
empossado na Vereança; o Veto Total ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 18/86
que, após ter recebido dezenove votos SIM e dez votos NÃO, teve sua votação
anulada a Requerimento, deferido, do Ver. Jorge Goularte, em face da
participação na votação do Projeto, do Suplente Cláudio Dubina, ainda não
empossado na Vereança. Na ocasião, o Sr. Presidente respondeu às seguintes
Questões de Ordem: do Ver. Jorge Goularte, indagando se já havia tomado posse
na Vereança o Suplente Cláudio Dubina; em face de não haver assumido a Vereança,
qual o aspecto regimental da participação de S.Exa. nos processos de votação;
sobre a possibilidade de anulação das votações dos processos dos quais
participou o Suplente ainda não empossado; dos Vereadores Werner Becker, Clóvis
Brum e Hermes Dutra, sobre a regimentalidade da posse de Suplente durante a
Ordem do Dia. Em Continuidade, o Sr. Presidente declarou empossado na Vereança
o Suplente Cláudio Dubina e, informando que S.Exa. já prestara compromisso
legal nesta Legislatura, ficando dispensado de fazê-lo, comunicou-lhe que
passaria a integrar a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. A seguir, em Renovação
de Votação foi rejeitado o Projeto de Lei do Legislativo n.º 59/86 e mantido o
Veto Total a ele aposto, por dezoito votos SIM contra dez votos NÃO; foi rejeitado
o Projeto de Lei do Legislativo n.º 18/86 e mantido o Veto Total a ele aposto,
por quatorze votos SIM contra onze votos NÃO. Ainda, foram aprovados os
seguintes Requerimentos: do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando dispensa de
distribuição em avulsos e interstício para suas Redações Finais,
considerando-as aprovadas nesta data, para os Projetos de Lei do Executivo n.ºs
10 e 14/87; do Ver. Hermes Dutra, solicitando que o Projeto de Resolução n.º
03/87 seja dispensado de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação
Final, considerando-a aprovada nesta data; do Ver. Raul Casa, solicitando que
os Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 94 e 88/86, sejam dispensados de
distribuição em avulsos e interstícios para suas Redações Finais, considerando-as
aprovadas nesta data; do Ver. Artur Zanella, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde por cinco dias a contar do dia cinco do corrente mês.
Ainda, foi apresentado pelo Ver. Hermes Dutra, Requerimento solicitando que o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 02/87 seja incluído na Ordem do
Dia por força do art. 44 do Lei Orgânica Municipal, que foi retirado pelo
Autor. Esteve, ainda, em Votação, Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim,
solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo n.º 23/87 fosse considerado em
regime de urgência, o qual após ter sido encaminhado à votação pelos Vereadores
Clóvis Brum e Cleom Guatimozim, deixou de ser votado em face da inexistência de
"quorum". Durante os trabalhos, o Sr. Presidente respondeu Questões
de Ordem dos Vereadores Ignácio Neis, Werner Becker, Antonio Hohlfeldt, Luiz
Braz, Rafael Santos e Mano José, acerca da possibilidade da suspensão dos
trabalhos durante a Ordem do Dia, por dez minutos, para reunião de Comissão com
o objetivo de votar a Redação Final do Projeto de Lei do Executivo que cria
nova metodologia de cálculo para as tarifas do transporte coletivo; do Ver.
Jorge Goularte, acerca da possibilidade de retirada de pedido de renovação de
votação quando o projeto já se encontrar em processo de nova votação; dos
Vereadores Clóvis Brum e Hermes Dutra, acerca da possibilidade de que as
votações dos Vetos Totais aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 59 e 18/86,
recebam Parecer da Comissão de Justiça e Redação sobre a validade ou não da
renovação de votação dos mesmos, em vista do término do prazo regimental de
suas votações; do Ver. Clóvis Brum, sobre a resolução da Comissão de Justiça e
Redação com referência a Requerimento de sua autoria que susta a tramitação dos
projetos que instituem alterações no PDDU até que se concluam as investigações
da CPI sobre irregularidade nas plantas deste plano; do Ver. Isaac Ainhorn,
sobre o Requerimento referido pelo Ver. Clóvis Brum e as implicações de sua
apresentação na tramitação dos projetos que tratam sobre alterações do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano; dos Vereadores Isaac Ainhorn, Werner Becker
e Clóvis Brum, acerca do projeto que institui o Fundo Municipal de
Desenvolvimento urbano; do Ver. Aranha Filho, Clóvis Brum, acerca da
regimentalidade do Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim, aprovado hoje, que
solicita revogação do regime de urgência e adiamento por duas Sessões da
discussão geral e votação do Projeto de Lei do Legislativo n.º 20/87. Ainda, o
Sr. Presidente acolheu Questões de Ordem dos Vereadores Isaac Ainhorn, Jorge
Goularte, Clóvis Brum e Rafael Santos, acerca da validade ou não da votação dos
Vetos Totais apostos aos Projetos de Lei do Legislativo n.ºs 59 e 18/86, em
face de estar esgotado o prazo regimental para a votação dos mesmos. Ainda, durante
os trabalhos, o Sr. Secretário apregoou o recebimento de Emenda de Líder do
Ver. Cleom Guatimozim ao Projeto de Lei do Legislativo n.º 86/86. Os trabalhos
estiveram suspensos por doze minutos, nos termos do art. 84, III do Regimento
Interno e foram prorrogados nos termos do “caput” do art. 85 do Regimento
Interno à proposta, aprovada, do Sr. Presidente. Às dezenove horas e três
minutos, em face de Requerimento oral do Ver. Getúlio Brizolla solicitando
verificação de "quorum" e constatada a inexistência de
"quorum", o Sr. Presidente levantou os trabalhos, informando ao
Plenário sobre reunião a ser realizada hoje, na Sociedade Amigos da Vila Ingá,
entre os representantes comunitários e os Parlamentares da Casa e convocando os
Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os
trabalhos foram presididos pelos Vereadores Brochado da Rocha, Teresinha
Chaise, Luiz Braz, Gladis Mantelli, Frederico Barbosa e Adão Eliseu, o último
nos termos do art. 11 § 3º do Regimento Interno, e secretariados pelos
Vereadores Gladis Mantelli, Frederico Barbosa, Jaques Machado, Jorge Goularte e
Pedro Ruas, os dois últimos como Secretários “ad hoc”. Do que eu, Gladis
Mantelli, 1ª Secretária, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após
distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelo Sr. Presidente e por mim.
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
Com a palavra, o Ver. Aranha Filho.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
Gostaria que fosse retificada a Ata da Nona Sessão Solene. Onde consta “João
Juliani Filho, Presidente da Federação Gaúcha de Football”, passe a constar
“Sr. João Juliani Filho, ex-Presidente da Federação Gaúcha de Football”.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa solicita as
retificações solicitadas pelo Ver. Aranha Filho.
A seguir, passaremos ao
Com a palavra, o Ver. Hermes Dutra por cessão de tempo do Ver. Adão
Eliseu. V.Exa. tem 15 minutos.
O SR. HERMES DUTRA: Sra. Presidenta e Srs.
Vereadores. Eu vou-me referir, nesse tempo que o Ver. Adão Eliseu de forma
muito gentil cedeu-me para uma devolução futura, ao assunto que o Ver. Isaac
Ainhorn, na semana passada, iniciou e quero ver se o complemento. Eu quero me
referir ao trabalho das Comissões da Casa, sejam elas Permanentes ou Especiais,
mas antes há uma preliminar que quero levantar para chamar a atenção dos Srs.
Vereadores, porque, efetivamente, acho que está a merecer uma solução. Quero
deixar bem claro, antecipadamente, que não sou contra a participação de ninguém
em qualquer comissão, mas está-se criando um problema na Casa com os partidos
que têm somente um representante que humanamente não pode participar de todas
as Comissões da Casa. É impossível! O Ver. Lauro Hagemann é um homem que pode
ter mil defeitos, mas ninguém nesta Casa vai dizer que não é um homem dedicado,
trabalhador, esforçado. E, de repente, o Vereador se vê convocado para três
reuniões ao mesmo tempo. Não vai nas três, porque no máximo poderá ir numa só,
e prejudica o trabalho porque as outras ficam tendo essa dificuldade. Eu tentei
ver no Congresso Nacional como é que funciona essa questão, quem sabe para nós
nos ilustrarmos e buscarmos uma saída. Não recebi ainda o material que
solicitei, mas me informaram que há uma espécie de seleção - quer dizer, os
partidos participam obrigatoriamente de determinadas comissões para garantir a
representatividade. Por exemplo, mudança da Lei Orgânica. Não se pode imaginar
mudança da Lei Orgânica em que não estejam presentes todos os partidos, quer
dizer, em relação à Emenda Constitucional. Igualmente, uma comissão que vai,
por exemplo, tratar, digamos, de um impasse muito grande relacionando ao
Município de Porto Alegre: é necessário que se dê abertura a todos os partidos
com assento nesta Casa. Agora, não pode continuar um partido que só tenha um
representante, e falo pelo meu, que só tem três e que enfrenta não um problema
com a mesma intensidade, mas também já passamos a enfrentar o problema porque
só temos três representantes e, de repente, temos oito Comissões funcionando
nesta Casa.
Na semana passada, para que V.Exas. tenham uma idéia, tinha uma reunião
da CPI. Tinha tido outra Comissão às 9 horas, de outra reunião, que não era
permanente, mas que não me lembro qual. Tinha uma reunião de estudos da
Constituinte e ainda uma outra reunião. Resultado: saiu só a da CPI, sem
"quorum". Vejam que essa falsa idéia de democracia, de que todos os
partidos têm que participar das Comissões está criando entraves para a Casa. E
há ainda outra questão a ser levantada: é o excessivo número de comissões a
funcionar concomitantemente. Há um artigo no Regimento Interno que diz que
nenhum Vereador pode participar de mais de uma Comissão Especial. Em primeiro
lugar, este artigo não está sendo cumprido com o rigorismo necessário e, em
segundo lugar, há uma falsa premissa na Casa - o que não quer dizer que seja
mal-intencionada - de que todos os partidos devam participar das comissões.
O Sr. Aranha Filho: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu também entendo e acredito que deva
estar havendo uma superposição de Comissões Especiais quando muito bem poderiam
estar nas Comissões Permanentes. Por exemplo: a Comissão Especial que deve
propor sugestões à Constituinte. Acredito que muito bem poderia estar na
Comissão de Justiça e Redação. Outras Comissões Especiais caberiam nas
Comissões Permanentes. É só se pinçar com bons olhos e com espírito de
colaboração que acredito que as Comissões Permanentes açambarcariam todas as
Comissões Especiais.
O SR. HERMES DUTRA: V.Exa. acertou no atacado,
mas acho que cometeu um pequeno erro no varejo, Vereador. Acho que uma das
Comissões que precisa ser Especial seria a da Constituinte porque trata de
assunto completamente alheio ao Município, ao nosso trabalho diário. Já as
outras Comissões que tratam de assuntos - não vou citar para não estabelecer
uma discussão -, mas a grande verdade é que as comissões que tratam de assuntos
municipais, todas elas encontram agasalho numa ou noutra Comissão Permanente. O
que se poderia idealizar, nobre Ver. Aranha Filho, seria, quem sabe, dentro da
Comissão, se criar um grupo de três Vereadores que estudassem especificamente
este ou aquele assunto, como, aliás, é usual no Congresso Nacional e até há
pouco tempo se fazia na Assembléia Legislativa do Estado. Porque quando se
tratam de aspectos de urbanização, por exemplo, a quem interessa mais de forma
direta a minuciosidade do assunto? Aos membros da Comissão de Transportes e
Urbanização. Mas, numa eventualidade, se necessário, toda a Comissão se engajar
num estudo mais profundo, se poderia criar uma subcomissão àquela e, nesta, se
efetuaria um estudo mais aprofundado. Agora, temos que, efetivamente, de uma
forma corajosa, encarar o problema, porque o que temos observado é que se
tentam colocar panos quentes, talvez com medo de que algum representante de
partido que tenha menos Vereadores vá interpretar mal, e não podemos mais
continuar nessa questão sob pena de prejuízo dos trabalhos da Casa. E o que me
deixa mais preocupado é que com o acirramento das discussões nesta Casa vai-se
começar a dizer que tal comissão não está trabalhando porque o Vereador tal
está falando; no entanto, esse Vereador estava numa outra reunião, no mesmo
horário. Então, nós temos que, de forma muito objetiva e prática, tratar de
solucionar algumas questões. Primeira delas: definir que nem todos os partidos
podem estar representados em todas as comissões por um problema de ordem
física. Então, teríamos que definir quais as comissões em que é necessário que
todos os partidos participem; de que forma se processará essa participação.
Segundo: diminuir o número de Comissões Especiais que atuam na Casa, porque
esse elevado número de Comissões Especiais, além de esvaziar as Comissões
Permanentes, que já não tratam mais de problemas específicos em função das
Comissões Especiais, atrapalha o seu trabalho normal de apreciação dos
projetos. Em terceiro lugar: haver, obviamente, um maior cuidado na
fiscalização dos trabalhos dessas Comissões, em que, por um lado, sejam
cobradas de todos a participação e a presença nas reuniões; por outro lado,
seja também cobrada do Plenário a não-participação de abertura de comissões a
torto e a direito. Peço que a Casa analise essas questões de uma forma mais
prática e objetiva. Não podemos continuar mais nesta situação e, se não
esclarecermos com coragem essas questões, na verdade continuaremos cada vez com
mais problemas de funcionamento, com menos freqüência às Comissões Permanentes.
(Tumulto no Plenário.)
O SR. PRESIDENTE (Luiz
Braz):
Pediria ao Plenário que não realizasse reuniões paralelas.
O SR. HERMES DUTRA: Peço desculpas se, por
acaso, estou atrapalhando as reuniões paralelas. Mas eu dizia que acho que a
Presidência da Casa tem manifestado mais de uma vez problemas com relação à
mudança do Regimento Interno. Acho que só a mudança do Regimento Interno não
irá mudar em nada, embora facilite porque nosso Regimento é muito permissivo em
algumas questões que terminam vindo em prejuízo aos trabalhos da Casa. Nossa
própria Lei Orgânica precisa ficar definida. Gostaria de ouvir o que pensam todos
os partidos da Casa, pois é minha intenção apresentar um Projeto de Emenda à
Lei Orgânica tentando regularizar essa situação. Os instrumentos sendo
adequados, talvez possamos produzir mais.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Voltando ao que já havia dito por ocasião da
intervenção do Ver. Isaac Ainhorn, não adianta nós fazermos emendas isoladas.
Há necessidade de esse assunto ser examinado globalmente. Nós devemos sentar,
aproveitando um desses períodos de recesso, e trabalharmos em cima para fazer
uma única mudança global em Regimento, Lei Orgânica, de tal modo que nós
cheguemos a um determinado consenso sobre o funcionamento da Casa e
modifiquemos, de uma vez, o Regimento e a Lei Orgânica no sentido de que aquele
consenso vigore - digamos - até que haja uma idéia melhor. Agora, simplesmente
modificar um ou dois artigos da Lei Orgânica ou do Regimento... Vão continuar
sempre acontecendo os mesmos problemas.
O SR. HERMES DUTRA: Eu acho que V.Exa. não
deixa de ter razão, apenas eu discordaria é que, se nós não conseguimos nos
reunir até pelo excessivo número de reuniões que se fazem nesta Casa, nós
deixaríamos passar mais uma oportunidade de resolver esse problema. A grande
verdade é que V.Exa. tem toda a razão, eu concordo.
O Sr. Isaac Ainhorn: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu acho que V.Exa. aborda tema da maior relevância
porque trata da estrutura do funcionamento desta Casa como de todos os outros
Legislativos, o que tem sido, como V.Exa. acentuou, uma preocupação minha. Eu
fiz algumas considerações na semana passada. Só não tive oportunidade, até pela
exigüidade do tempo, de desenvolver com a riqueza de detalhes o funcionamento
dos mecanismos das Comissões que V.Exa. está abordando. Eu acho, realmente, que
trazer este assunto à discussão nos remete exatamente para a questão que eu não
tomei conhecimento ainda: se já entrou em funcionamento uma nova Comissão para
a reforma do Regimento Interno desta Casa, que tem inúmeros problemas na sua
estrutura de funcionamento e que esta Comissão, evidentemente, irá enfrentar
globalmente, como acentua o Ver. Flávio Coulon. Eu acho que a questão da
proporcionalidade é muito séria. Eu acho que em todos os partidos têm que se
encontrar mecanismos de funcionamento, até pela questão que coloca V.Exa., pela
dificuldade que tem um partido ou dois, aqui nesta Casa, de estar participando
de todos os atos, de comissões e de atos políticos que há nesta Casa. São as
dificuldades naturais pela impossibilidade física de se estar em três ou quatro
lugares ao mesmo tempo.
O SR. HERMES DUTRA: Agradeço os apartes e, na
medida que avançarmos nas discussões, a solução estará próxima. Aguardo, Ver.
Flávio Coulon, que a Presidência da Casa acerte essa Comissão para que
possamos, na reforma do Regimento Interno, já, quem sabe, alcançarmos a Lei
Orgânica e propormos um documento que ponha fim a essas inconveniências que
atrapalham o trabalho da Casa diariamente. E que, sem algumas questões mais bem
definidas, no fim, terminemos sendo vítimas de denúncias maldosas, sem
fundamento e que, lamentavelmente, encontram agasalho na imprensa, dando a
entender, muitas vezes, que um Vereador não vai a uma reunião porque está
dormindo, porque não quer ou porque não tem o que fazer. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Caio Lustosa, solicitando Licença para Tratamento de
Interesses Particulares no dia de hoje.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados.
(Pausa.) APROVADO.
Em continuidade, declaro empossado na Vereança o Suplente Marcinho
Medeiros e informo que S.Exa. já prestou compromisso legal nesta Legislatura,
ficando dispensado de fazê-lo. Informo também que passará a integrar a CJR.
Voltando ao Grande Expediente, está com a palavra o Ver. Aranha Filho.
O SR. ARANHA FILHO: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, inicialmente, eu gostaria de chamar ao debate o Ver. Isaac Ainhorn,
que, quando na leitura pela Secretaria da Mesa, lia um Pedido de Providências
de minha autoria e, na oportunidade, o Vereador, em Questão de Ordem, perguntou
de que se tratava e lamentava que não podia dar apartes e lamentava que não
podia encaminhar. De forma que eu pergunto a V.Exa., nobre Vereador, se
gostaria de uma maior explicação, se gostaria de debater o assunto com respeito
ao Pedido de Providências. Solicitei ao Executivo Municipal que repasse aos
permissionários do Mercado Público a obrigatoriedade de manter, de reconstruir
e manter o Mercado Público.
O Sr. Isaac Ainhorn: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quando foi lido, e até invoco as opiniões de outros
bacharéis e juristas desta Casa, mas quando foi lido o Pedido de Providências
de V.Exa. sobre o problema de transformação das permissões por contrato de
comodato, causou-me uma certa estranheza. Em primeiro lugar, do ponto de vista
do mérito, dúvida nenhuma resta, porque entendi a preocupação do nobre
Vereador, que está preocupado com as precárias condições do Mercado Público, e
as dificuldades que tem a Administração Pública Municipal em realizar por conta
própria as obras, até porque tem que se investir em cima daquilo porque se
trata de um patrimônio histórico da nossa Cidade. Então, quanto ao mérito, nada
a opor. O que me preocupa é que, recentemente, se votou, aqui nesta Casa, um
veto e depois se enfrentou uma série de questões sobre um projeto aprovado
sobre o problema dos contratos celebrados pelo MAPA, na Cidade de Porto Alegre,
em próprios da Prefeitura Municipal. E o Pedido de Providências de V.Exa.
procura transformar, repito mais uma vez, contratos de permissão, onerosos para
uma das partes, em contrato de comodato na condição de que eles façam as obras
necessárias para a manutenção daquele prédio. Eu, sinceramente, tenho algumas
dúvidas de natureza jurídica sobre o cabimento, nobre Vereador, de contratos
que já perduram por muitos anos, e transformá-los em contrato de comodato. Se
fosse feito isso, deveria, na minha opinião, evidentemente, ser objeto de
projeto de lei e passar aqui pela Casa, com a aceitação da parte contrária,
essa transformação. São dúvidas de natureza jurídica.
O SR. ARANHA FILHO: Sou grato pelo aparte de
V.Exa. e tenho a lhe informar que o parecer de V.Exa. será incorporado na minha
justificativa. Agora, não resta dúvida de que a iniciativa - por isso é um
Pedido de Providências - deveria do Executivo, transformando a idéia, ou o
Pedido de Providências, em projeto de lei.
O Sr. Artur Zanella: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Neste pequeno aparte, só queria lembrar ao debate que
aqueles permissionários lá, como o próprio nome indica, têm uma permissão de
uso e, em tese, juridicamente, a Prefeitura poderia alterar a qualquer momento.
Se fizer de comum acordo, com mais razão ainda, porque alguém poderia, eventualmente,
ir à Justiça dizer que aquela permissão teria se transformado num contrato. Mas
o contrato que existe é de permissão de uso, o que dá condições à Prefeitura de
encerrá-lo a qualquer momento, com prazos bem definidos na permissão, e não há
problema algum.
O SR. ARANHA FILHO: Eu agradeço a participação
de ambos os Vereadores.
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na realidade, uso o meu tempo em
Grande Expediente, na tarde de hoje, para demonstrar uma preocupação toda minha
com referência ao Executivo Municipal com reflexos nesta Casa. Eu gostaria de
mencionar a Lei que deu origem à nova metodologia de cálculo para o transporte
coletivo e mais precisamente a Emenda Cleom Guatimozim. Eu, particularmente, e
por isso eu chamo a atenção do Sr. Presidente e dos Srs. Vereadores, eu votei a
Emenda Cleom Guatimozim porque passava a fixação das tarifas ao Executivo
Municipal. Mas, para votar a Emenda Cleom Guatimozim, eu teria necessariamente
que votar a nova metodologia de cálculo. Não quero entrar no mérito da questão.
Eu queria, inicialmente, fazer menção à nova metodologia de cálculo aprovada
por esta Casa e dizer, mais uma vez, que a tabela do GEIPOT, ou a nova
metodologia de cálculo, ela é calculada aqui e na China da mesma maneira. Não
tem nada que inove, nada que nos traga uma luz e que possa dizer, de fato, que
a planilha é esta e matematicamente confere com o que nós queremos para o
Município de Porto Alegre. Aliás, eu acredito que a nova metodologia de cálculo
das tarifas do transporte coletivo deverá ter outra divulgação e deverá ser
instituída e utilizada em todos os Municípios de todos os Estados, mas nada
mais é do que a tabela do GEIPOT explodida. O que me chama a atenção também, e
foi uma outra Emenda a este Projeto, foi que o nobre Ver. Cleom Guatimozim,
Líder da Bancada do PDT, introduziu no cálculo uma variável dentro da equação
matemática, sobre “Percurso Médio na Unidade de Tempo”. Inclusive, tive
dificuldade para votar, naquela ocasião, “Percurso Médio na Unidade de Tempo”.
Todos os Vereadores votaram, passou por unanimidade. (Aparte inaudível.) O
matemático Ver. Werner Becker se absteve, é verdade. Mas fiquei imaginando que
“Percurso Médio na Unidade de Tempo”, quanto maior o percurso na unidade de
tempo, nós podemos entender que a tarifa será reduzida porque alcança o maior
espaço na unidade de tempo, onde se conclui que muito pouca coisa irá somar com
esse ingrediente dado que, se aumentar a velocidade, o custo baixa, o que é
muito bom, porém com um agravante de risco. Se aumentarmos a velocidade, maior
é o perigo de acidentes no trânsito. Mas existe uma variante que não nos chama
muito a atenção e por isso deixei passar, porque é difícil acelerar o ônibus do
transporte coletivo nas nossas vias. Mas, de tudo isso, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, mantendo a coerência, votei a Emenda Cleom Guatimozim, contra a Lei
Werner Becker, como havia votado quando a Lei Werner Becker veio para a Câmara
Municipal, contra a nossa vontade, por entender que esta é uma tarefa do
Executivo Municipal. Coerente, votei o retorno da Lei ao Executivo, por
entender que esta Câmara de Vereadores não está em condições de fixar tarifas
e, em minha Declaração de Voto, disse que seria o primeiro, assim que a Câmara
tivesse técnicos especializados no assunto, bem como um amplo sistema de
computação de dados operado por estes técnicos, a solicitar que a fixação de
tarifas voltasse a esta Casa. Agora, vimos, com prazer, que a Emenda
apresentada o era por parte do Líder do Governo nesta Casa. Vimos, também, que
a grande maioria da sua Bancada votou a favor da Emenda Cleom Guatimozim. E
qual não foi a nossa surpresa, ao abrir os jornais de Porto Alegre, ao
depararmos com notícias que não casam com a idéia da grande maioria da Bancada
do PDT, que o assunto pegou o Prefeito de surpresa, que o Ver. Elói Guimarães,
Titular da Secretaria dos Transportes, não está de acordo e, inclusive, que o
Sr. Secretário de Governo, que seria, eis que já foi dito inclusive pelos
jornais, um tipo meia-cancha entre o Governo do Município e esta Câmara de
Vereadores, que seria o porta-voz, por assim dizer, do Sr. Prefeito Municipal
com esta Casa, estaria dizendo que, se estivesse na Casa, não votaria a Emenda
do Ver. Cleom Guatimozim. Aí, fico imaginando como é difícil, estando numa
Bancada de oposição, atender a uma solicitação da Bancada situacionista por
convicção, e vemos, com surpresa, que nossos esforços estão indo água abaixo.
O Sr. Werner Becker: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, votei a metodologia numa abertura
política para ver se o Prefeito, sensível à nossa argumentação, vetaria a
Emenda do Ver. Cleom Guatimozim, mas V.Exa. falou que essa metodologia é uma
equação, e uma equação tem duas incógnitas. Só foi analisada uma incógnita, uma
equação com uma incógnita. Portanto, a outra incógnita fica ao total
desconhecimento. A incógnita que foi analisada e apreciada pela metodologia foi
a incógnita do lucro do empresário. Dentro do sistema capitalista, só posso
afirmar que a única incógnita que conseguiu uma identificação foi a do lucro do
empresário. A outra que deve também ser cogitada na equação, já que V.Exa.
falou em termos matemáticos, é a da possibilidade de números reais. Essa
incógnita não foi levada em conta. Veja que matematicamente também me parece
que tenho razão. São duas incógnitas. V.Exa. disse que só votará essa lei
quando a Câmara tiver técnicos adequados e serviço de computação adequado. Em
primeiro lugar, as tarifas de transporte já eram fixadas há muito tempo, antes
da existência da computação. A computação é coisa que tem dez anos, no máximo,
e já eram fixadas as tarifas. Portanto, é prescindível a computação. De outra
parte, eu teria vontade de discutir, e já discuti coisas técnicas do Executivo,
se eles têm mais ou não competência que o Legislativo. V.Exa., inclusive, que é
engenheiro, poderia fazer essa discussão. Então, por que V.Exa. preferiu a
incompetência do Executivo à do Legislativo?
O SR. ARANHA FILHO: Vereador, na primeira
parte, eu diria a V.Exa. que ambas as incógnitas, tanto no que diz respeito ao
usuário como ao lucro dos empresários, não resta a menor dúvida de que nós
temos um sentimento para detectarmos e até colocarmos, então, um determinado
valor ou peso dentro dessa equação. Porém, diz V.Exa. que é coisa de dez anos que
usam o sistema de computação. Não é verdade. Deveriam há muito tempo estarem
usando e até hoje não usam. Em grau de competência...
O Sr. Werner Becker: É incompetência.
O SR. ARANHA FILHO: É incompetência, porque
eles, com razão, deveriam ter um sistema de computação. Nós não. Nós estamos
pleiteando que se instale aqui um sistema de computação, nobre Vereador. Eles
têm técnicos, nós não temos. Quer dizer: em termos de competência, não resta a
menor dúvida de que é uma outra incógnita em que nós temos possibilidade de
colocar um determinado peso. Eu coloco um pouco mais de peso hoje, puxando
brasa para o nosso assado, para a Câmara Municipal, porém eu digo que eles
devam ter competência. Mas o motivo real da minha participação na tarde de hoje
é exatamente sobre o que fará o Prefeito Municipal de Porto Alegre com respeito
à Emenda Cleom Guatimozim. Não é possível que uma Câmara de Vereadores, a
pedido de seu Líder e por autoria de seu Líder na Câmara Municipal, venha a ver
essa Emenda vetada pelo Sr. Prefeito. Sinceramente, não acredito dado que as
informações do titular da SMT e do Secretário do Governo Municipal, quase que
desautorizando o Líder do PDT, deixam a Bancada do PFL e a mim, em particular,
muito preocupados.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Só para complementar, Vereador, por ocasião da
discussão, manifestei-me contra a metodologia e, por um desses acidentes de
votação, induzido pela minha Bancada, acabei votando e aceitando a metodologia.
Mas só para lhe chamar a atenção que essa Emenda tem um detalhezinho que leva,
na fórmula, a aumentar a tarifa. Veja que o Projeto original falava em veículos
em operação, que é um denominador, é uma frota. A Emenda Cleom Guatimozim fala
em frota total, aumentando o denominador, diminuindo o Percurso Médio por
Unidade de Tempo, que é um denominador. Diminuindo o denominador, aumenta a
tarifa. Veja as nuanças que tem esse formulário que nós aprovamos aqui.
O SR. ARANHA FILHO: Nobre Vereador, a frota total não quer dizer aqueles que estão no
estaleiro.
O Sr. Flávio Coulon: São veículos em operação mais a frota reserva.
O SR. ARANHA FILHO: Mas a frota reserva não deixa de atuar.
O Sr. Flávio Coulon: Não, pela Emenda não. A Emenda só fala em frota
total.
O SR. ARANHA FILHO: Lastimo, Ver. Cleom
Guatimozim, não conceder aparte, mas o meu tempo está esgotado e já estava
usando a condescendência da Mesa, à qual fico agradecido. Concluindo, Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, é, portanto, uma preocupação muito particular
minha e, antes de assumir esta tribuna, comentava com os colegas de Bancada,
sendo que o Ver. Raul Casa, meu Líder, pediu-me que falasse em nome da Bancada
do Partido da Frente Liberal. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrado o Grande
Expediente. A seguir, constatada a existência de "quorum", passaremos
à
ORDEM DO DIA
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO -
URGÊNCIA
PROC. 0750/87 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º
20/87, que
autoriza o Departamento Municipal de Água e Esgotos a contratar operação de
crédito junto à Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP.
Parecer Conjunto:
- da CJR;
CFO e CUTHAB. Relator-Geral, Ver. Getúlio Brizolla: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Com a
palavra, para discutir, o Ver. Lauro Hagemann.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, às vezes essa Casa recebe uns projetos aos quais não dá importância
num primeiro instante e muitas vezes passam sem uma visão adequada dos
Vereadores. Não é culpa da Casa. Somos assoberbados. Mas essa solicitação que o
Executivo manda, e principalmente por se tratar do DMAE, uma autarquia que nos
merece todo o respeito pelos serviços que presta à população da Cidade, pela
lisura que, pelo menos, no geral, tem tratado as coisas públicas, quando o DMAE
é o subscritor de um pedido a esta Casa, a tendência é não olhar muito
profundamente. Mas no presente Processo há uma solicitação de contrato de
operação de crédito até o valor de 7.462.000 cruzados, que não é uma quantia
tão pequena, para realizar, exclusivamente, planejamento do sistema de
otimização do sistema de abastecimento de água.
A gente começa a ficar meio desconfiado de que é muito plano para pouca
água. Verdade é que, na Exposição de Motivos enviada pelo Sr. Prefeito, há uma
série de argumentos. Há uma descrição enorme de atividades que devem ser
executadas, mas que por 7.462.000 cruzados a gente fica tentado a solicitar ao
DMAE, ao Executivo que nos mande um detalhamento maior do que será este
planejamento e não apenas uma descrição sem embasamento maior, até porque esse
contrato vai ser solicitado à FINEP com juros de 8% ao ano, incluído 1% de taxa
de serviços, e reajustes monetários igual à variação de OTN - Obrigações do
Tesouro Nacional. Tudo bem, estamos vivendo num mundo capitalista, mas aqui ainda
existe outra coisa engraçada: é que no texto do Projeto, em seu art. 4º,
fala-se que “fica o Executivo autorizado a abrir no DMAE, no corrente
exercício, e em qualquer mês do exercício de 88, os competentes créditos
adicionais e a consignar nos orçamentos de cada exercício subsequente dotações
suficientes para o atendimento das obrigações decorrentes do contrato que vier
a ser firmado de conformidade com esta Lei”.
Eu não sou versado em Administração Pública, mas tenho a impressão de
que isso aqui não pode constar no Projeto de Lei. Isso é um compromisso que a
Prefeitura toma e assume com a empresa contratante, porque senão nós estamos
antecipando, até, o orçamento de 1988 e de 1989. Estamos antecipando o
orçamento municipal de ano subsequente em três anos, porque o prazo do
financiamento é de 36 meses, antecipando despesas sem o aporte de receita. Eu,
pelo menos, manifesto a minha dúvida. Não quero impugnar totalmente essa
Exposição de Motivos e esse Projeto de Lei, mas eu me permitiria o alvitre ao
prezado companheiro Líder do PDT que solicitasse o adiantamento da votação
desse Projeto para que, pelo menos, viessem esses esclarecimentos à Casa.
O Sr. Artur Zanella: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Tenho a impressão de que esse problema não é o maior
e não é o relevante. Eu creio que o problema relevante que existe é a condição
da política administrativa da Prefeitura Municipal. Nós aprovamos, aqui, a
assinatura de um contrato de financiamento. A execução diz que é a contratação
de uma empresa ou a formação de uma equipe. Não passa mais por esta Câmara;
passa, sim, pelo Conselho Deliberativo do DMAE. Então, é uma forma até de tirar
daqui esse tipo de controle. Então, é um dos problemas que existe. Nós temos
que aprovar, às vezes, coisas mínimas, enquanto que os grandes financiamentos
das autarquias - e eu fui Diretor de uma autarquia durante cinco anos - não
passam pela Câmara, que, com todas as qualificações dos seus representantes,
recebe o processo na hora e vota, normalmente, na hora um representante lá da
FIERGS, um representante não sei de onde, de uma hora para outra, fica fazendo
o papel de Vereador de Porto Alegre com muito mais responsabilidades
financeiras do que nós, eis que o DMAE e o DEMHAB, principalmente, têm
orçamentos que, se não ultrapassam, pelo menos chegam perto do orçamento da
Prefeitura de Porto Alegre.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sou grato pelo aparte de
V.Exa. que, com a experiência que já teve no Executivo, veio clarear um pouco
mais esta situação nebulosa que estamos a verberar. Eu repito que, vindo do
DMAE e se propondo ao que se propõe, não existe um intuito impeditivo de
aprovar. Que pelo menos o Executivo tivesse um pouco mais de consideração com
esta Casa para dizer o que pretende realmente com isso, porque inclui o art. 4º
no Projeto, antecipando compromissos orçamentários que, afinal de contas, no
meu entendimento, não podem ser tomados! Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Próximo orador inscrito,
Ver. Flávio Coulon. Ausente. Com a palavra, o Ver. Rafael
Santos para discutir o PLE n.º 20/87.
O SR. RAFAEL SANTOS: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, em inúmeras oportunidades, o Sr. Prefeito Municipal tem sido
criticado pelos ofícios que encaminha junto com os projetos de lei. Nessas
ocasiões, nós temos dito que a culpa não é do Sr. Prefeito Municipal, que, na
realidade, recebe esses ofícios preparados por sua assessoria e calcados em
cima de elementos encaminhados pelas diversas Secretarias. O DMAE,
indiscutivelmente, é, de todos os setores da Prefeitura, o que vem sendo, ao
nosso ver, no nosso ponto de vista, o melhor administrado. Eu quero, de
público, tecer loas ao nosso Diretor-Presidente do DMAE, Carlos Alberto
Petersen, pela maneira correta e perfeita com que vem dirigindo o nosso Departamento
Municipal de Água e Esgotos. Observa-se isto até no Ofício encaminhatório deste
Projeto de Lei, onde as coisas estão claras, bem definidas e bem explicadas
sobre a origem, o objetivo com que será aplicado este empréstimo de 7 milhões.
É um Ofício extremamente esclarecedor, não deixa a menor dúvida. Agora, há
alguns pequenos reparos a fazer no Projeto de Lei. O nobre Ver. Lauro Hagemann
já levantou o problema do art. 4º. Outro problema que eu gostaria de levantar
para ser melhor discutido, melhor analisado, é sobre o art. 1º, que diz o
seguinte: “Financiamento por prazo de 36 meses e carência de 30 meses”.
Parece-me que não está muito claro se há uma carência de 30 meses e, após, mais
36 meses para pagar, ou se há uma carência de 30 meses, o que vai determinar
que o empréstimo deverá ser pago em seis meses.
O Sr. Artur Zanella: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V.Exa. tem razão. O prazo, pela lógica e pelo
costume, pelos outros projetos, não é 36 meses. É 36 meses mais 30. O que está escrito
aqui é 30 mais 6 meses.
O SR. RAFAEL SANTOS: Esta é a minha dúvida: se é
30 meses mais 6 meses, ou se é 30 meses mais 36. Se é 30 mais 6 meses, vai
ficar, nestes 6 meses, mais de 2 milhões por mês, ou talvez mais, para pagar,
porque é dividir 7 milhões por 6 meses, com mais juros. Excessivamente pesado
para o DMAE o pagamento deste empréstimo.
O Sr. Hermes Dutra: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Veja V.Exa.: o Ver. Lauro Hagemann levantou sérias
dúvidas e V.Exa. também. Pelo interesse que o PDT está demonstrando em
esclarecer estas dúvidas, eu já estou até temendo pela sorte do Projeto, porque
é impressionante o desinteresse sobre um assunto de extrema importância como é
esse Projeto. Realmente, V.Exa. levanta um aspecto de alta interrogação nossa,
porque se fosse uma diferença de 2, 3 ou 4 meses, mas é uma diferença de 30
meses.
O SR. RAFAEL SANTOS: 30 meses que não estão
esclarecidos.
O Sr. Artur Zanella: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Eu não tenho dúvida nenhuma: a redação está errada.
Mas, como a Bancada do PDT tem dois Vereadores, que, provavelmente, estão
conversando sobre outro assunto, a discussão fica difícil.
O SR. RAFAEL SANTOS: Esta é a dúvida, e é uma
dúvida importante e fundamental, porque esse empréstimo não será pago pela
Administração Alceu Collares. É mais um aspecto a ser discutido. Esse
empréstimo será pago pela próxima Administração, que não sabemos quem será.
Então, parece-me que é preciso esclarecer.
O Sr. Pedro Ruas: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V.Exa. coloca alguns pontos que devem ser
esclarecidos. No que tange à Bancada do PDT, sem maior fundamento do que diz o
Ver. Artur Zanella, adianto a V.Exa. que é intenção da Bancada pedir o
adiamento e a vinda a esta Casa do Sr. Petersen, Diretor do DMAE, a fim de
prestar esses esclarecimentos solicitados pelos Vereadores. Em minutos,
entraremos com o pedido de adiamento por duas Sessões para tratarmos
especificamente das dúvidas que V.Exa. levanta com muita propriedade.
O SR. RAFAEL SANTOS: Eu agradeço a V.Exa. Seria
o objetivo do meu discurso colaborar com o Ver. Lauro Hagemann de que a
Liderança do PDT, por uma ou duas Sessões, até esclarecermos essas coisas, que
são fundamentais na hora de votação do Projeto...
O Sr. Pedro Ruas: Apenas quero fazer justiça
às dúvidas levantadas por V.Exa. e pelo Ver. Lauro Hagemann antes, quando
ocupou a tribuna, e eu não referi porque não estava presente.
O SR. RAFAEL SANTOS: Antes de encerrar, eu
gostaria de reiterar o que eu disse no início do meu discurso. O Dr. Carlos
Petersen merece a minha maior consideração, e acho que está fazendo uma
excelente administração frente ao DMAE. O próprio Ofício encaminhatório
certamente foi preparado pela assessoria do DMAE e se vê que procura dar todas
as explicações, passo a passo, de todas as nuanças da aplicação do empréstimo.
No Projeto de Lei, em si, ficam algumas dúvidas. Por isso, eu pretendia
reforçar um pedido já feito pelo Ver. Lauro Hagemann e vejo, com satisfação,
que a Bancada do PDT vai tomar a iniciativa de esclarecer essas dúvidas, que
são importantes na tramitação do Projeto, para que se possa votar com
tranqüilidade. Não é pouca coisa. São 7 milhões de cruzados, cujo Projete deve
esclarecer perfeitamente a sua forma de pagamento.
O Sr. Cleom Guatimozim: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Conforme informou o Vice-Líder da Bancada, Ver. Pedro
Ruas, era intenção do PDT adiar a votação por duas Sessões para esclarecimento.
No entanto, informa-nos a assessoria da Mesa que o Projeto está em urgência e,
portanto, não há possibilidade de adiamento.
O SR. RAFAEL SANTOS: Estou tentando colaborar,
nobre Líder do PDT. Acho que não se deve correr o risco de ver rejeitado um
Projeto que necessita de 2/3 por falta de um esclarecimento que não é
complicado, mas que precisa ser esclarecido. Solicito, então, que a Bancada
peça a retirada da urgência para esclarecimentos. O PDT há de compreender que
nós, que não pertencemos ao Partido do Governo, não podemos votar uma coisa que
não está bem esclarecida.
O Sr. Cleom Guatimozim: Requeiro à Mesa que seja
retirada a urgência do Projeto.
O SR. RAFAEL SANTOS: Eu agradeço à Liderança do
PDT o interesse demonstrado. Realmente, parece-me que é através deste diálogo
entre todos os partidos que nós podemos chegar a um denominador comum e que um
empréstimo desta natureza, que é importante para a Cidade e para o DMAE, passe
a ser resolvido de comum acordo com todas as Bancadas.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem): Em
que pese o Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim ter mérito, eu pergunto à Mesa
se a urgência foi aprovada pelo Plenário.
A SRA. PRESIDENTE (Teresinha
Irigaray):
De acordo com o Regimento Interno - art. 54, § 3º, item “m” -, pode haver
retirada. A Mesa, neste momento, acolhe pedido do Ver. Cleom Guatimozim e para
tanto consulta o Plenário.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
A Mesa colocaria em votação o Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim retirando a
urgência e conseqüente Requerimento de adiamento por duas Sessões?
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
O Regimento Interno contempla a figura desse Requerimento mediante a votação do
Plenário. Agora eu aceito, Sra. Presidente.
A SRA. PRESIDENTE: Em votação a retirada de
urgência. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
Em votação o adiamento da votação por duas Sessões. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Coloco em votação também o Requerimento do Ver. Ennio Terra,
solicitando licença para tratamento de saúde por 15 dias a partir do dia 04 de
maio.
Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Quem ficará no lugar do Vereador será o Suplente Cláudio Dubina.
RENOVAÇÃO DE VOTAÇÃO
PROC. 1896 - VETO TOTAL AO PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 59/86, do Vereador Jorge Goularte, que autoriza o Executivo a construir
Centros Integrados de Serviços Essenciais em Bairros e Conjuntos Residenciais.
Parecer ao Veto Total:
- da CJR. Relator, Ver. Cleom Guatimozim:
pela manutenção;
- da CUTHAB. Relator, Ver. Frederico
Barbosa: pela rejeição;
- da COSMAM. Relator, Ver. Nilton Comin:
pela rejeição.
A SRA. PRESIDENTE: Em votação. Para
encaminhar, com a palavra o Ver. Rafael Santos.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão
de Ordem):
Sra. Presidente, antes de iniciar o encaminhamento do processo de votação por
parte do Ver. Rafael Santos, eu faço requerimento e peço aos Vereadores que
colaborem neste sentido, para que a Mesa suspenda os trabalhos por dez minutos
para que a Comissão de Justiça possa reunir-se hoje, já que não houve
"quorum" na última reunião, quinta-feira à tarde, para votar a
Redação Final de Projeto de Lei do interesse do Município. Gostaria que V.Exa.
colocasse em votação esse meu requerimento.
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
Para contraditar, Sra. Presidente. O Projeto de Lei chamado de interesse do
Município é o Projeto de Lei que revoga a competência da Câmara Municipal para
homologar as tarifas. Eu não entendo por que esta urgência, por que essa pressa
e por que esse açodamento se nós temos uma reunião terça-feira, amanhã, da
Comissão de Justiça. É um fato inusitado suspender uma reunião ordinária para
realizar uma reunião extraordinária numa Comissão de Justiça. Isso é uma
agressão ao Regimento Interno, ao bom senso e aos interesses da população. Os
empresários que esperem o Regimento Interno.
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa coloca
democraticamente em votação pelo Plenário.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT
(Questão de Ordem): Gostaria de saber qual o embasamento dentro do Regimento Interno para
essa questão levantada pelo Ver. Ignácio Neis. É simplesmente o cumprimento do
Regimento. Nada mais além disso.
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
O Plenário não pode revogar o Regimento Interno porque ele tem normas
processuais de revogação explícitas. Isso é uma violência.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão
de Ordem):
Concordo com V.Exa. O Plenário é autônomo no que resolve. Por muitas vezes, já
foram suspensos os trabalhos pelos mais diversos motivos. Inclusive, o Projeto
de Lei alegado não é o que revoga a Lei Werner Becker; apenas um dos artigos
revoga, mas o Projeto é muito mais amplo e a metodologia de cálculo é de muito
interesse, e o Prefeito, inclusive na imprensa, acusa a Câmara de que não vai
ter tempo para estudar. Queremos que ele tenha bastante tempo, e cada dia é
importante para que possa acelerar os estudos neste sentido. Que o Executivo
não venha a nos acusar depois de estarmos postergando decisões e adiando o
encaminhamento de coisas que competem ao Legislativo. Por isso, peço que seja
submetido ao Legislativo o meu Requerimento, que não foge ao Regimento Interno,
pois é um Requerimento como qualquer outro que fale em suspensão dos trabalhos,
votado pelo Legislativo. Como muitas vezes já ocorreu aqui - todo o mundo se
lembra -, muitas e muitas vezes, pelos mais diversos motivos, foi parada a
Sessão na Ordem do Dia.
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
As recordações pretéritas do Ver. Ignácio Neis se tratavam de Emenda de Líder
que tinham de ser votadas por Comissões Conjuntas - sempre isso. Nunca houve...
Desafio que me mostrem um precedente desta ordem, tanto do ponto de vista
formal como substantivo. A Câmara já ficou em má situação. Vai ficar em pior
situação se disser que suspendeu a Sessão para poder acelerar uma Emenda
esdrúxula que transformou toda a inserção do Projeto. Segundo: os Senhores e o
Prefeito dizer que não conhecem o Projeto é absolutamente inacreditável, pois o
Projeto é dele. Muito obrigado.
O SR. LUIZ BRAZ (Questão de
Ordem):
Nobre Presidente, eu até entendo que possa existir alguma urgência na aprovação
da Redação, mas eu só não entenderia a interrupção da Ordem do Dia para que a
sugestão fosse feita. Então, a sugestão que dou é a seguinte: que esgotemos a
Ordem do Dia e, posteriormente, que a Comissão se reuna. Nada impediria que
isso acontecesse. Muito obrigado.
O SR. RAFAEL SANTOS (Questão
de Ordem):
Sra. Presidente, eu pediria apenas que V.Exa. fizesse cumprir o art. 155 do
Regimento Interno, que diz o seguinte: “Durante a Ordem do Dia, só será
admitido Requerimento que diga respeito estritamente à matéria nela incluída”.
A matéria não está incluída na Ordem do Dia; logo, o Requerimento deverá ser
feito após o término da Ordem do Dia e, aí sim, se for o caso, poderá ser
suspenso. Mas o Requerimento é impertinente e inadequado. Muito obrigado.
O SR. MANO JOSÉ (Questão de
Ordem):
Apenas para confirmar, pois estávamos aqui pedindo uma Questão de Ordem. Eu
queria dizer que, se não fosse anti-regimental, era extemporâneo o Requerimento
do nobre Ver. Ignácio Neis. Não pode ser interrompida a Ordem do Dia para ser
feito um Requerimento dessa ordem, tenha a santa paciência! Muito obrigado.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão
de Ordem):
Eu até aceito a sugestão e convocaria os Srs. Vereadores para, logo após a
Ordem do Dia, nos reunirmos. No entanto, lembro que os mesmos papas que falam
hoje amanhã são os papas que corrigem. Sou católico apostólico romano, sou
religioso, mas missa não faz parte da Ordem do Dia e não acho que Valneri
Antunes fosse a pessoa mais religiosa de Porto Alegre. Por isso, aceito a
sugestão do Ver. Luiz Braz. No entanto, entendo como discriminatória, injusta e
oportunista a citação do Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM
(Questão de Ordem): Sra. Presidente, como autor da Emenda citada, quero dizer que votaria
contra o Requerimento, mas estranho que o Ver. Antonio Hohlfeldt tenha pedido
que se interrompesse a Ordem do Dia para a missa do Ver. Valneri Antunes,
quando missa não tem nada a ver com Ordem do Dia e, como disse o Ver. Ignácio
Neis, Valneri Antunes não era nada católico.
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
Não vamos misturar alhos com bugalhos, não vamos misturar o temporal com o
espiritual. Quero dizer que a missa tinha data aprazada para aquele dia e a
reunião da Comissão de Justiça tem data aprazada para o dia de amanhã. Não sei
por que essa urgência. Será que os empresários não podem esperar 24 horas? Ou
será que irão mandar alguém embora?
A SRA. PRESIDENTE: A Mesa ouviu todas as
Questões de Ordem dos Srs. Vereadores e acolhe a proposta feita pelo Ver. Luiz
Braz, aceita por esta Presidência e referendada pelo Ver. Rafael Santos.
O SR. IGNÁCIO NEIS (Questão
de Ordem):
Fica convocada, então, a reunião para após a Ordem do Dia.
A SRA. PRESIDENTE: Passamos de imediato à
renovação de votação do Projeto do Ver. Jorge Goularte.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Consulto à Mesa se, em renovação de votação, pelo Regimento Interno, tem
encaminhamento?
O SR. PRESIDENTE (Brochado
da Rocha):
O Regimento não é expresso. Faz-se apenas uma analogia, ou seja: se renova a
votação, consequentemente, segue-se o mesmo processo. Estamos adotando. Nada
impede.
Com a palavra, o Ver. Rafael Santos, que encaminha pelo PDS o PLL n.º
59/86.
O SR. RAFAEL SANTOS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Em primeiro lugar, eu preciso esclarecer que, em face de não
ocorrer discussão, a Liderança do PDS me autorizou a usar o período de
encaminhamento. Na realidade, este encaminhamento é extremamente pessoal. Não
sei se estou falando em nome do Ver. Hermes Dutra, nem em nome do Ver. Mano
José. Estou falando em meu nome, justificando que novamente votarei contrário,
e vou até dizer que este meu encaminhamento vale para os três pedidos de
renovação. Justifico o meu posicionamento, pois me parece que, em primeiro
lugar, uma simples autorização ao Prefeito para fazer isto ou aquilo, no
primeiro caso, que é o que nós estamos analisando agora, que autoriza o
Executivo a construir Centros Integrados de Serviços Essenciais em bairros e em
conjuntos residenciais, parece-me que não precisa da autorização deste
Legislativo. Parece-me, aqui, que é mais uma sugestão ao Prefeito para que faça
isto, e é uma sugestão muito boa, excelente. É uma velha luta do Ver. Jorge Goularte.
Desde as Administrações Villela e João Dib, ele já queria que isto ocorresse.
Acho uma luta pertinente, apenas não me parece que para este tipo de
equipamento haja necessidade de autorização legislativa. Eu, por exemplo, tenho
lutado para que seja urbanizada a Praça Breno Vignolli. O Ver. Aranha Filho é
um outro lutador da Praça. Então, agora, eu e o Ver. Aranha Filho vamos fazer
uma autorização para que o Prefeito urbanize a Praça Breno Vignolli. Não há uma
necessidade de uma autorização legislativa para que o Prefeito possa
implementar este tipo de equipamento. Então, parece-me que não é nenhuma
necessidade com este tipo de lei, senão nós vamos entrar em um sistema meio
interessante: começar a autorizar o Prefeito a executar obras que lhe são pertinentes,
que ele pode fazer se quiser. De outro lado, segundo o Processo que autoriza a
criação de uma Secretaria, esse já é mais perigoso, porque, se tivesse o
Prefeito interesse em criar a Secretaria de Fiscalização, já tinha encaminhado
a esta Casa. Eu pessoalmente sou contra a Secretaria e, mesmo que fosse a
favor, se o Prefeito não encaminha, nós não podemos esquecer que o Prefeito
Alceu Collares tem 20 meses só de administração e termina. Nós damos essa
autorização, ele não cria a Secretaria de Fiscalização. Daqui a 20 meses, nós
temos um outro Prefeito que pode se utilizar dessa autorização. No momento,
pode não ser interessante a criação da Secretaria de Fiscalização. Então, é
preciso ter esse cuidado. Se hoje é bom, amanhã pode não ser.
Então, vamos discutir a Secretaria de Fiscalização no momento certo. E
o Prefeito, seja o atual ou seja o futuro, que queira criar a Secretaria de
Fiscalização vai ter que criar os parâmetros, determinar as atribuições que
essa Secretaria vai ter, quais os cargos que essa Secretaria vai ter. Agora, um
cheque em branco ao Prefeito de Porto Alegre para criar a Secretaria de
Fiscalização eu não vou votar. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Eu indago à Mesa sobre o Veto Total aposto ao PL 59/86, de autoria do Ver.
Jorge Goularte, se já venceu o prazo de 45 dias para a sua apreciação.
O SR. PRESIDENTE: Exatamente. A Mesa, na
reunião de quarta-feira, acolheu Questão de Ordem de um Vereador da Casa e
respondeu que, por ser prazo fatal, se colocava em votação na Sessão Ordinária
de quarta-feira, que era o prazo fatal, e, dando seqüência à decisão tomada no
Plenário, convocou-se Extraordinária, tendo em vista o prazo fatal. Aliás, tudo
o que esta Presidência disse está nos Anais da Casa.
O SR. JORGE GOULARTE
(Questão de Ordem): Exatamente, V.Exa. disse certo: fez todo o cronograma do que ocorreu,
só que não houve "quorum" para a votação. Então, se não houve
"quorum", não houve eficácia na Sessão.
O SR. PRESIDENTE: Quero dizer ao nobre
Vereador que, naquele momento, esta Presidência já havia passado a Presidência
dos trabalhos para a Ver.ª Teresinha Chaise, mas foi a orientação tomada, e a
Mesa está dando seqüência à orientação tomada anteriormente.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, pergunto a V.Exa., indago da Mesa se a Auditoria da Casa se
manifestou a respeito, porque este prazo é um prazo de dias úteis e, se por
quaisquer razões de "quorum" ou de natureza técnica a Casa não se
reúne, automaticamente cai a possibilidade da Casa apreciar o Veto, razão pela
qual eu indago V.Exa. de uma questão nesse sentido. Porque, senão, nós
poderíamos estar aqui discutindo uma verificação, encaminhando uma verificação
de votação cujos resultados são inócuos, porque, embora assista direito ao
Vereador de pedir a verificação de votação, de acordo com a Lei Orgânica, todos
esses atos não teriam eficácia nenhuma, porquanto o prazo desta Casa se
manifestar já teria ocorrido.
O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, posso
informar a V.Exa. que a Auditoria da Casa foi ouvida rigorosamente até o prazo
de quarta-feira. Rigorosamente foi ouvida. Tanto é que foi ouvida que,
estudando o Processo, se chegava à conclusão de que havia necessidade de uma
Sessão Extraordinária na quarta-feira. No entanto, segundo estou informado,
teria essa reunião extraordinária não havido "quorum". No entanto, os
prazos são corridos. Digo a V.Exa. que apenas estou endossando o procedimento
do Plenário. Agora, sobre a eficácia real que V.Exa. levanta, não posso-lhe responder.
Não examinei e quero crer que poderá ou não ter eficácia. Estudei o assunto até
quarta-feira. Agora estou acolhendo o Plenário.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Dentro do raciocínio de V.Exa., a partir de agora, nós não precisamos obedecer
um prazo de 45 dias para a apreciação do Veto, porque nós vamos ver depois dos
45 dias se o ato praticado após os 45 dias vai ter ou não eficácia. Então, nós
vamos continuar, aqui, numa sistemática introduzindo procedentes
jurisprudenciais completamente inovadores, uma vez que nós estaríamos criando
fórmulas novas. Agora, realmente, é uma questão preliminar e é evidente que
V.Exa. não pode afirmar categoricamente se tem ou não tem eficácia. Assim,
nesta linha de raciocínio, nós podemos apreciar vetos e não precisa ter mais o
zelo da Diretoria Legislativa e das Comissões da Casa de observar os 45 dias,
porque vai se ver se tem ou não eficácia os atos posteriores e subsequentes aos
45 dias na apreciação dos vetos.
(Revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, o Presidente
foi claro. A Mesa examinou o assunto, colocou em votação o Requerimento do Ver.
Jorge Goularte, foi convocada a reunião extraordinária e, segundo tenho
conhecimento, não houve "quorum". Agora, se tem eficácia, ou não, não
estou respondendo a V.Exa. Quero deixar isso bem claro. E quero deixar também
bem claro que não se está inovando nada. Terá que haver um estudo “a
posteriori” da matéria.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, eu não tenho nenhum problema para votar, porque eu votei
favorável ao Projeto do Ver. Jorge Goularte, eu subscrevi o Requerimento para
renovação de votação e eu estive aqui na reunião extraordinária para a
apreciação do Veto. Só que eu quero é votar com tranqüilidade. Se a Mesa está
cumprindo o Regimento Interno, colocando na Ordem do Dia a matéria, eu estou
tranqüilo e voto. Se isso ocorreu, estou tranqüilo.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa responde a V.Exa.
nos termos em que respondeu ao Ver. Isaac Ainhorn. A Mesa tem o estudo do prazo
até quarta-feira próxima passada. Não tem o estudo hoje. Não posso-lhe
responder neste momento se tem eficácia ou não. Sou obrigado a responder que
estudei até há um dia. Fato novo, realmente, não sei. Estou apenas me dirigindo
ao Plenário e dando uma conseqüência que o mesmo entendeu. Agora, quanto à
eficácia, terá que ser estudado “a posteriori”.
O SR. ARANHA FILHO (Questão
de Ordem):
Pergunto se durante o transcorrer da Sessão V.Exa., Presidente da Mesa e da
Casa, teria condições de esclarecer ao Plenário se teria ou não eficácia o
Requerimento do Ver. Isaac Ainhorn e, se possível, deixar esta matéria para ser
analisada “a posteriori”.
O SR. PRESIDENTE: Efetivamente, talvez a Mesa
tenha. É um assunto inteiramente novo. Vou tentar.
O SR. ARANHA FILHO: É possível que a discussão
que se gerará a partir de agora seja ineficaz.
O SR. PRESIDENTE: É possível ou não.
Com a palavra, o Ver. Nilton Comin para encaminhar o PLL n.º 59/86.
O SR. NILTON COMIN: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, se é eficaz ou ineficaz, pouco interessa. O que interessa é que um
Vereador apresenta uma coisa inteligente nesta Casa. Em 1983, como suplente,
ingressei nesta Casa e vi uma coisa inteligente apresentada por um Vereador
daqui, porque muitas coisas aprovadas nesta Casa não o são com inteligência.
Nós temos a obrigação de falar a verdade. O Ver. Jorge Goularte apresenta um
Projeto inteligente. Se o Executivo entende que é da sua alçada, da sua
competência, é outro problema. Agora, nós, Vereadores, temos que definir aqui
nesta Casa o que nos somos. Vamos fazer apenas elogios mútuos aos nossos
amigos, fazendo festas de confraternização, ou vamos representar o povo de
nossa Cidade? Nós temos que fazer uma opção, porque, se é para fazer festinhas,
com garçons bem organizados, água mineral de graça, cafezinho, etc., por conta
do povo, é uma coisa. Agora, se é proibido pensar com inteligência, é outro
problema. E é aí que eu quero chegar: o Ver. Jorge Goularte apresentou um
Projeto com inteligência. Eu vi, na imprensa, que nos bairros do Japão, na grande
cidade de Tóquio, na entrada de um bairro havia um Centro Integrado de Serviços
à Comunidade. Lá o munícipe é informado de tudo o que ocorre naquele bairro.
Pois muito bem: que crime comete o Ver. Jorge Goularte nesta Casa? Há anos ele
está lutando para ordenar os serviços da Cidade. É onde? Nos bairros mais
pobres, nas vilas periféricas. E aqui se discute, de forma jurídica, se pode ou
não pode. Ninguém discute o mérito, e é isto que eu quero que seja discutido -
o mérito da iniciativa do Ver. Jorge Goularte. Aí é que está o fundamento, a
origem da sua inteligência. Ninguém diz que o Ver. Jorge Goularte apresentou
algo que é burro. Os advogados da Casa têm-se digladiado em colocações que não
interessam ao povo livre desta Cidade. O que interessa ao povo livre é onde
está o posto de saúde, o posto policial, etc. É isso que o povo quer saber.
Não interessa vetar. Vetar não significa terminar com o problema da
Cidade. Se for vetado o Projeto do Ver. Jorge Goularte, se for vetado o das
zoonoses, não é aí que o Poder Executivo vai ameaçar nossas idéias. O Poder
Executivo tem que cumprir com o que a população deseja. À nobre Bancada do PDT,
eu quero dizer: lealdade é uma coisa, inteligência é outra. Sou grato.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, Ver. Jorge
Goularte para encaminhar o PLL n.º 59/86.
O SR. JORGE GOULARTE: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. Inicialmente, agradeço ao Ver. Nilton Comin pelo encaminhamento que
fez deste Projeto. Acho interessante quando Vereadores procuram achar motivação
jurídica para não votar aquilo que mais interessa à comunidade, mas é
exatamente isso que devemos fazer. Vou transformar todos meus Pedidos de
Providências em projetos para que a população saiba que os Vereadores tentam
soluções e que, se o Prefeito não quiser usar as soluções para a comunidade, é
problema dele, é omissão dele. Quando há interesse, ele apõe sua assinatura.
Esse foi o caso do Prefeito João Dib no Projeto que transformou os funcionários
celetistas em estatutários no Município. Não era algo da exclusiva competência
do Poder Executivo? Era. O Prefeito aceitou a sugestão dada. Há dois pesos e
duas medidas. Quem viver verá. Tanto Porto Alegre quanto outros municípios
brasileiros, especialmente as capitais, terão de ter descentralizados seus
serviços de atendimento médico, de segurança pública, de comunicações,
transporte, higiene. Ora, dizer-se que é exclusiva competência? E se o Prefeito
não tem competência? É de exclusiva competência quando ele tem competência para
fazer, mas se há omissão, se não há interesse em resolver os problemas da
Cidade, o Vereador deve apresentar projetos, sim. Deixe que vete, pode vetar.
Não pode apagar da memória da Cidade, não pode apagar dos Anais. Aqui está
tentada a solução, como o Projeto de V.Exa., que é altamente meritório. Vão
vetar também? Não interessa à Cidade? É claro que interessa ao povo, é claro
que interessa. Agora, não me surpreende, Ver. Marcinho Medeiros, que o Prefeito
Municipal não utilize as sugestões desta Casa para solucionar os problemas da
Cidade. Se as sugestões partirem do seu Partido tudo bem! Quando não parte do
Partido do Prefeito, não presta. Isso é que precisa ser posto na idéia das
pessoas. Nós todos sabemos que o Prefeito pediu ao Ver. Elói Guimarães quando
estava nesta Casa - vejam bem, eu, que luto há dez anos por uma Secretaria de
Fiscalização -, pediu que o então Vereador desta Casa tentasse organizar um
Departamento de Fiscalização, trocando simplesmente o nome para tirar a
paternidade. Então, essas coisas precisam ser ditas. Não pode apenas ficar nas
filigranas políticas. Vai vetar? Não vai apagar dos Anais. Repito: vou
transformar os meus Pedidos de Providências, todos aqueles que eu achar
válidos, em projetos. Vai vetar? Tudo bem, veta. Eu entendo e assumo o que eu
estou dizendo. Quando se pertence ao Executivo, pode-se fazer Pedidos de
Providências, quando se é oposição na Casa, eu entendo que se deva fazer
projetos. Então, é simples a colocação, e eu vejo que não há interesse,
especialmente da Bancada do PDT, com raríssimas exceções, em votar este
Projeto. Eu até diria mais: é algo que não me parece translúcida a inteligência
do Prefeito Municipal. Porque, se autoriza, exemplificando, a criar os Centros
Integrados ou a criar uma Secretaria de Fiscalização, ele deve usar ou não essa
autorização quando quiser. Agora, dentro de muito pouco tempo, eu repito e
enfatizo, o Governo Federal vai criar mecanismos de integração com os
Municípios e vai vir para esta Casa um Pedido de Autorização para que haja esta
integração entre os Poderes. Entendo que temos que forçar a barra. Ver. Nilton
Comin, apresente suas idéias. Deixe que as pessoas que queiram acompanhar o
Prefeito votem contra. Agora, não se queixem, porque a comunidade vai saber
quem quer, nos bairros periféricos, o atendimento prioritário aos problemas
essenciais e quem não quer. Não adianta vir dizer que é de exclusiva
competência do Poder Executivo. Acompanho V.Exa. O que nós estamos fazendo
aqui? Tem que se modificar este sistema. Nós estamos com as mãos amarradas? Pois
vamos desamarrar as mãos; vamos desatá-las. Vamos criar outras soluções. Pensar
e sugerir através de projeto de lei, porque através de Pedido de Providências,
Ver. Nilton Comin, as mesas do Poder Executivo estão lotadas de anos atrás.
Agora, isso aqui fica nos Anais. Pode vetar, mas não pode apagar da memória da
Cidade as idéias dos seus representantes. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Resultado da Votação: votos SIM (19): Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Clóvis Brum, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Raul Casa, Nilton Comin, Flávio Coulon e Marcinho Medeiros. Votos NÃO (10): Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Jaques Machado, Rafael Santos, Werner Becker, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Auro Campani, Kenny Braga e Cláudio Dubina.
REJEITADO o PLL n.º 59/86 e mantido o
Veto Total a ele aposto.
O SR. RAFAEL SANTOS (Questão
de Ordem):
Pediria que a Mesa determinasse à Assessoria da Casa que determinasse um estudo
a fim de que, de uma vez por todas, a Casa tenha um norte em relação à votação
dos vetos, se é possível votar vetos ou renovar a votação após vencido o prazo
de 45 dias. Isso é importante porque outros vetos ocorrerão e a Casa precisa
ter um norte com relação à votação de vetos.
O SR. PRESIDENTE: Acolho por inteiro a
solicitação de V.Exa., e a Mesa terá uma posição segura sobre o assunto.
O SR. JORGE GOULARTE
(Questão de Ordem): Sr. Presidente, vejo o Ver. Rafael Santos tão preocupado com relação
ao Regimento Interno, o que é fato novo para mim. Inclusive, parece que está
tão contra o Projeto, que peço, por favor, para não incomodar o Ver. Rafael
Santos. Quero retirar o Projeto que vem logo após.
O SR. PRESIDENTE: V.Exa. não pode retirar o
Processo, pois ele foi votado pelo Plenário.
PROC. 0750/86 - VETO TOTAL AO PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N.º 18/86, do Ver. Jorge Goularte, que autoriza o Executivo Municipal a criar uma
Secretaria de Fiscalização.
Pareceres ao Veto Parcial:
- da CJR. Relator, Ver. Cleom Guatimozim:
pela manutenção;
- da CFO. Relator, Ver. Auro Campani: pela
manutenção;
- da CEDECON. Relator, Ver. Artur Zanella:
pela rejeição.
O SR. PRESIDENTE: Resultado da Votação: Votos
SIM (17): Adão Eliseu, Aranha Filho,
Artur Zanella, Bernadete Vidal, Clóvis Brum, Frederico Barbosa, Gladis
Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jorge Goularte, Jussara Cony, Lauro
Hagemann, Luiz Braz, Mano José, Raul Casa, Nilton Comin e Marcinho Medeiros. Votos
NÃO (11): Antonio Hohlfeldt,
Brochado da Rocha, Cleom Guatimozim, Jaques Machado, Rafael Santos, Werner
Becker, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Auro Campani, Kenny Braga e Cláudio
Dubina.
REJEITADO o PLL n.º 18/86 e mantido o
Veto Total a ele aposto.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Gostaria de solicitar à Mesa que descesse à Comissão de Justiça esses dois
Vetos votados há poucos instantes para um parecer daquela Comissão quanto ao
prazo e verificar, com a Comissão de Justiça, a respeito da Mesa ter incluído
esses dois Projetos na Ordem do Dia de hoje.
O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, a Mesa não
tem posição a respeito e pediu tempo a V.Exa. Se V.Exa. não concordar, a Mesa
deferirá o requerido por V.Exa. na Comissão de Justiça.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, eu recorro da inclusão desses dois Processos na Ordem do Dia à
Comissão de Justiça por ter-se esgotado o prazo regimental.
O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, quero repetir
a V.Exa. que na quarta-feira foi requerido, foi votado, foi feita uma Sessão
Extraordinária. Quanto à eficácia, no dia de hoje, esta Presidência não está
respondendo neste momento, mas irá responder e, se V.Exa. recorrer, irá para a
Comissão de Justiça no sentido de formar jurisprudência.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, eu não estou levantando a premissa da eficácia ou ineficácia do
ato da Câmara nesta tarde. Estou pedindo que a Comissão de Justiça examine os
dois Processos e verifique se houve ou não decurso de prazo, para tranqüilidade
e para evitar uma jurisprudência a partir de agora com as duas votações.
O SR. PRESIDENTE: Posso tomar a decisão e
remeter à Comissão de Justiça.
O SR. HERMES DUTRA (Questão
de Ordem):
Em primeiro lugar, Sr. Presidente, eu respeito profundamente a palavra de
V.Exa. Agora, não posso aceitar que a Mesa vá-se pronunciar sobre um assunto
que, a partir de agora, é matéria vencida. A Mesa se pronunciou na oportunidade
em que aceitou o Requerimento. Houve um pronunciamento, embora não expresso,
mas tácito, na hora em que colocou o Requerimento em votação. Como o Plenário
aprovou, não compete a decisão do Plenário ir à decisão da Mesa ou de qualquer
Comissão. O próximo de solicitação de verificação de votação, se o Ver. Clóvis
Brum não o fizer, eu farei em tempo hábil o recurso para que a Comissão opine.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa deseja,
preliminarmente, responder ao Ver. Hermes Dutra. A Mesa tinha estudo sobre o
assunto de que até quarta-feira poderia se renovar a votação. Após, a Mesa não
tem estudo. Simplesmente não tem. Não posso lhe responder, Vereador,
oficialmente, sem isso. Talvez V.Exa. tenha toda a razão. É possível, mas,
realmente, estudei dentro daquele prazo. Quarta-feira era eficaz, era concreto,
se houvesse a Sessão Extraordinária, que não ocorreu.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, minha solicitação é simples, nada com relação à votação em si.
É só para que a Comissão de Justiça examine, e aí com a Auditoria da Casa
também, se esses dois Processos foram votados ou não com perspectivas de eficácia
para que as votações não ocorram.
DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO
PROC. 2379 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 70/86, que autoriza o Município a
alienar imóvel de sua propriedade, com dação em pagamento, a Juarez Guezzi
Fermino, e dá outras providências.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Caio Lustosa: pela
aprovação;
- da CFO. Relator, Ver. Auro Campani: pela
aprovação;
- da CUTHAB. Relator, Ver. Isaac Ainhorn:
pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Para
discutir, o Ver. Antonio Hohlfeldt.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o Projeto em questão pretende a venda, dação em pagamento, ao Sr.
Juarez Guezzi Fermino de uma nesga de terra dentro de uma permuta proposta por
dívida do Município para com este cidadão.
Na verdade, a coisa é um pouco mais complicada, um pouco mais antiga. O
proprietário original do terreno vizinho a esta nesga é o Sr. Waldemar de Souza
Rodrigues, que, no dia 03 de dezembro de 1985, tomou a iniciativa de propor a
dação em pagamento desta nesga de um crédito que ele, Waldemar de Souza
Rodrigues, tinha em relação à Prefeitura. Curiosamente, decorrido um mês e meio
da proposta original e que tinha sido aceita pelo Executivo, ou seja, no dia 28
de janeiro de 1986, que dá um mês e 25 dias, exatamente, depois, o Sr. Waldemar
de Souza Rodrigues vendeu o seu terreno, que é lindeiro à nesga, para o Sr.
Juarez Guezzi Fermino, que, por sua vez, fez o registro imediato do imóvel na
2a. Zona e manteve a proposta. Só que - vejam, Senhores - manteve a proposta no
sentido de receber a nesga que, efetivamente, isolada, na medida em que tem 58m2,
não pode perceber nenhuma construção sobre a mesma, não tem a testada frontal
dos 10 m, mas que, ligado à área lindeira, evidentemente, terá uma valorização
razoável. E aí entra o detalhe. Não um detalhe para invalidar a proposta, mas
um detalhe sobre o qual eu vim insistindo nos últimos meses, em propostas desse
tipo. Um dos lados desta nesga dá para a Av. Érico Veríssimo. Significa que
esta nesga, incorporada ao terreno lindeiro e permitindo uma construção bem
mais ampla e maior, evidentemente tem uma valorização no mercado imobiliário
infinitamente superior a todo e qualquer outro terreno de iguais dimensões, em
qualquer outra zona da Cidade de Porto Alegre ou fora destas perimetrais
básicas onde hoje a especulação imobiliária se desenvolve. Então queremos
voltar aqui a uma discussão fundamental que o Ver. Werner Becker antecipava: é
que se continua fazendo avaliações por métodos formais e clássicos, de “x” m2
na área tal, por “x” m2 na área tal, mas não se projeta a
valorização imobiliária potencial. Esta área que hoje é avaliada pela travessa
da Av. Érico Veríssimo e vale “x”, ao incorporar-se com uma nesga e receber um
lado ou uma frente agora para a Érico Veríssimo, evidentemente agora tem uma
outra valorização absolutamente diferente, mas que o Executivo não leva em
conta na valorização e, portanto, dá de presente uma coisa que é do povo de
Porto Alegre a um particular. Eu não sei quem é o Sr. Waldemar de Souza
Rodrigues, não conheço o Sr. Juarez Guezzi Fermino. Meu problema não é pessoal.
Agora, continuamos cometendo o absurdo de dispor de bens imóveis públicos, que
são entregues com valores subavaliados por uma questão de vesguice e que, a
estas alturas, dentro dos debates desta Casa, com a intervenção de inúmeros
Vereadores, com a tomada de conhecimento que o Executivo faz destas questões,
pois aqui tem alguém encarregado de levar o que é dito em Plenário, eu diria
que há, no mínimo, uma omissão responsável da Comissão de Avaliação de Imóveis
- a CAI. Em conseqüência, também uma omissão do Sr. Prefeito Municipal. Mas nós
não podemos fechar os olhos a uma realidade concreta. Duas áreas não valem
apenas pelos seus preços de hoje, mas, no mercado imobiliário, valem pela
valorização potencial - perspectiva futura, diz o Ver. Jorge Goularte - e isso
o Prefeito atual continua, como nas administrações anteriores, com o mesmo
comportamento - o comportamento do vesgo.
O Sr. Werner Becker: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) O Sr. Prefeito tem em sua programação fazer a
licitação de grande parte destas áreas para creches. Não vou nem discutir isto.
Mas esta aqui ele vai dar em pagamento, não é para creche. Por quê? Qual é o
critério que distingue o "crechismo" de uma área e o
"crechismo" de outra. Eu gostaria de saber disto, pois se dá em dação
em pagamento um dos melhores pedaços, o filé mignon das áreas nobres. Antecipo
que sou contra vender para creche, mas não consigo entender esta destinação.
O Sr. Cleom Guatimozim: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Antonio Hohlfeldt, parece que as dúvidas de
V.Exa. são com referência à avaliação.
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sim, Vereador, e veja que
eu não estou encaminhando em contrário. Estou apenas fazendo um registro que
não se refere a este caso especificamente, mas de um modo geral às avaliações.
Continua-se numa política que, no meu entendimento, é uma política prejudicial
ao Município na medida em que se faz a avaliação mais clássica do metro
quadrado naquela zona, mas não se tem uma avaliação de projeção futura da
valorização, que é perfeitamente previsível. Basta se olhar o comportamento do
mercado, por exemplo, dos últimos dois, três anos e se tem aí um percentual
aproximado de valorização. Como se sabe, na Érico Veríssimo, há uma valorização
muito maior do que qualquer outra área da Cidade. Aproveito para trazer à
discussão. Não é questão de dizer que está havendo corrupção. Não tenho
colocado nesses termos, mas, sim, a minha discordância quanto à maneira de se
fazer as avaliações.
O Sr. Cleom Guatimozim: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Estava com dúvidas com o problema levantado por
V.Exa., mas se refere ao valor?
O SR. ANTONIO HOHLFELDT: À filosofia pela qual se
faz a avaliação. Chamo a atenção e faço um apelo a V.Exa., Ver. Cleom
Guatimozim, Líder do PDT, que pode pensar ser uma posição isolada minha, mas
tenho conversado com pessoas ligadas ao Sindicato dos Arquitetos, ao IAB, e a
posição não é minha, mas da classe profissional de um modo geral. Também
companheiros do CREA, da área de arquitetura, têm essa preocupação de que
talvez o Executivo se propusesse ao estudo, através da Comissão de Avaliação de
Imóveis, para modificar a maneira pela qual se faz a avaliação. Não a avaliação
técnica em si, pois acho que já progredimos nesse sentido. Hoje a Comissão de
Avaliação de Imóveis utiliza o anúncio no jornal, isto é, expandiu bastante a
avaliação mercadológica no presente, mas acho que ficou em meio caminho, e
minha sugestão, baseada em publicações especializadas, é de que a CAI avançasse
um pouco mais e fizesse uma projeção de valorização e, no cálculo técnico,
pudesse incluir essa projeção nas avaliações, fazendo com que aquela área que
está sendo adquirida ou recebida pelo Executivo e que tem uma valorização
potencial superior à que está sendo trocada receba um preço superior para que o
Município não fique perdendo a área à revelia da população. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. JORGE GOULARTE
(Questão de Ordem): Consulto a Mesa se o Ver. Cláudio Dubina já tomou posse.
O SR. PRESIDENTE: Segundo a Sra. Secretária
informa, o Ver. Cláudio Dubina foi chamado, mas não estava presente. Estando
agora, dá-se posse ao Ver. Cláudio Dubina.
O SR. JORGE GOULARTE
(Questão de Ordem): Não tomou posse?
O SR. PRESIDENTE: Ele tomará posse agora,
Vereador. Solicito aos Srs. Líderes de Bancada que introduzam no Plenário o Sr.
Cláudio Dubina, Suplente pelo PDT, que irá assumir a Vereança em substituição
ao Ver. Ennio Terra, que se encontra licenciado.
(O Sr. Cláudio Dubina dá entrada no Plenário.)
Convido o Sr. Cláudio Dubina a tomar assento em sua Bancada e informo
ao Plenário que, já tendo S.Exa. prestado compromisso regimental nesta
Legislatura, fica dispensado de repeti-lo nesta oportunidade, nos termos do §
2º do art. 5º do Regimento Interno.
Declaro empossado o Sr. Cláudio Dubina e informo que S.Exa. deverá
integrar a Comissão de Saúde e Meio Ambiente.
O SR. JORGE GOULARTE: Então, eu peço a anulação
da votação dos Processos 1896 e 750/86 porque o Vereador votou sem ter, no
caso, tomado posse.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa consulta a Sra.
Secretária se realmente o Vereador votou.
A SRA. 1.ª SECRETÁRIA: Votou os dois Projetos.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa suspende a Sessão
por cinco minutos.
(Suspende-se a Sessão às 16h40min.)
O SR. PRESIDENTE (às 16h45min): Tendo em vista a anulação da votação dos dois
Processos, vamos votá-los novamente, agora incluindo no "quorum" o
Ver. Cláudio Dubina.
Resultado da Votação: votos SIM
(18): Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Clóvis
Brum, Frederico Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio Neis, Jorge
Goularte, Jussara Cony, Lauro Hagemann, Mano José, Raul Casa, Teresinha
Irigaray, Nilton Comin, Flávio Coulon e Marcinho Medeiros. Votos NÃO (10): Brochado da Rocha, Cleom
Guatimozim, Rafael Santos, Werner Becker, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla,
Pedro Ruas, Auro Campani, Kenny Braga e Cláudio Dubina.
REJEITADO o PLL n.º 59/86 e mantido o
Veto Total a ele aposto.
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
Apenas para quer não passe despercebido: a posse é um fato. O que o Regimento
Interno... É da formalidade e da liturgia da posse que para cada Suplente se dá
uma vez só. O art. 5º, § 2º, é claro e explícito. Então, o Ver. Dubina já tomou
posse com toda a formalidade e liturgia na primeira vez em que assumiu o
mandato. As outras vezes ele toma posse na hora em que ele entra no Plenário e
o outro se licencia. Eu queria que V.Exa. levasse em consideração o art. 5º, §
2º. Nós estamos aqui dizendo que ele não tomou posse. É evidente, ele estava
sentado lá; automaticamente, a posse se deu. Está-se confundindo a liturgia, a
formalidade da posse com o conteúdo da posse.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Em aditamento à questão colocada pelo Ver. Werner Becker, isso é tão presente
que, automaticamente, se o Ver. Ennio Terra retornasse, ele não precisaria o
ato solene da posse mesmo que não fosse suplente.
O SR. HERMES DUTRA (Questão
de Ordem):
A formalidade a que se refere o nobre Ver. Werner
Becker, Ver. Isaac
Ainhorn, é quanto à exigibilidade do juramento. Agora, quanto à necessidade do
anúncio da posse, é necessário, até porque, Sr. Presidente, não sabemos se o
suplente assumirá ou abrirá mão e assumirá o próximo suplente, consciente
decisão já dirimida pela Comissão de Justiça da Casa, pois o suplente pode
abrir mão e vir o próximo. A Casa necessita, obrigatoriamente, ficar sabendo
quem está assumindo.
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
Na hora em que ele votou, parece-me que ele está dizendo que assumiu.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, discordando da Questão de Ordem formulada pelo Ver. Werner
Becker e aditada pelo nobre Ver. Isaac Ainhorn, eu quero também apresentar, Sr.
Presidente, a minha discordância, porque há uma diferença substancial entre o
titular do mandato e o seu suplente. Este, o titular, na hora em que chega ao
Plenário é titular. Isso não ocorre com o suplente. Portanto, o suplente só
deve ser dispensado do juramento se já assumiu alguma vez a Casa. O resto tudo
deve ser formalizado sempre.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa concorda com as
questões levantadas e apenas acrescenta o seguinte: é necessário que a Mesa
anuncie a posse, apresente, ao anunciar a presença, empossado está, porque já
cumpriu as formalidades em vezes anteriores. No caso, não houve o anúncio e foi
contado o Sr. Vereador como votante. Só o fato de não haver o anúncio é que
está em questão e motiva a nova votação. Não houve o anúncio quando,
simplesmente, se chama o Vereador que passa a integrar...
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
Não sei onde está escrito isso.
O SR. PRESIDENTE: O ato do anúncio, Ver.
Werner Becker, deverá preceder o processo de votação. Peço à Sra. Secretária
que faça nova chamada para votação do PLL n.º 18/86.
Resultado da Votação: votos SIM
(14): Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete Vidal, Clóvis Brum, Frederico
Barbosa, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Jorge Goularte, Lauro Hagemann, Mano
José, Raul Casa, Nilton Comin, Marcinho Medeiros e Flávio Coulon. Votos NÃO (11): Antonio Hohlfeldt, Brochado
da Rocha, Cleom Guatimozim, Pedro Ruas, Werner Becker, Isaac Ainhorn, Getúlio
Brizolla, Auro Campani, Kenny Braga, Cláudio Dubina e Teresinha Irigaray.
REJEITADO o PLL n.º 18/86 e mantido o
Veto Total a ele aposto.
O SR. PRESIDENTE: Continuamos com a discussão
do PLE n.º 70/86. Com a palavra, o Ver. Clóvis Brum.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, tive extrema dificuldade em entender o que o Ver. Antonio Hohlfeldt
discutiu neste Projeto. Em primeiro lugar, este Projeto autoriza o Município a
alienar imóvel de sua propriedade, com dação em pagamento, a Juarez Guezzi
Fermino.
A Casa sabe que essas áreas de desapropriação, porque não têm condições
de qualquer tipo de construção, inclusive pelo Plano Diretor, interessam,
evidentemente, ao lindeiro, somente ao lindeiro. Não entendi, com toda a
sinceridade, quais foram os obstáculos que o Ver. Antonio Hohlfeldt colocou
aqui na discussão. Em primeiro lugar, travou-se uma discussão e uma confusão.
Os terrenos que o Prefeito pretende encaminhar para cá e que já estiveram aqui,
na Casa, em discussão para a venda destinada à construção de creche são
terrenos em que o Plano Diretor prevê o aproveitamento para qualquer tipo de
construção. Agora, esta área aqui, isoladamente, não se pode fazer nada nela.
Isso só interessa ao lindeiro. E essa área, somada à área do proponente
comprador, evidentemente, aí ela se torna útil para fins de construção. Uma
coisa deve-se distinguir: os terrenos que o Prefeito quer vender, para
construção de creches da Casa da Criança, são terrenos líquidos e certos, onde
se pode fazer qualquer obra expressa no Plano Diretor. Agora, nesse aqui não se
pode fazer nada, não se pode construir um banheiro sequer, isoladamente. Se a
Casa não tem conhecimento disso, eu perco meu tempo em discutir. Isso é tão
primário! Isso aqui ocorre todos os dias.
Um detalhe: devo um aparte ao Ver. Antonio Hohlfeldt porque não entendi
bem. A venda não se faz em termos de pessoa, faz-se, rigorosamente, em termos
de lindeiro. Ora, há aqui uma área lindeira com essa área. “A” vendeu para “B”,
evidentemente que só interessa a “B”, a Prefeitura não poderá vender nunca mais
para “A”, porque “A” não poderá construir um banheiro sequer nessa área. Então,
o interesse é desposado pelo proprietário do imóvel. Se, efetivamente, houve
alguma coisa fora do normal, eu gostaria de ser lembrado pelo Ver. Antonio
Hohlfeldt para eu poder dar um voto consciente. O que eu sei é o que a Casa
sempre tem feito. E o Ver. Caio Lustosa é muito zeloso nos seus pareceres. O
Parecer da Comissão de Justiça, da lavra do Ver. Caio Lustosa, pela aprovação,
é normal. Uma sobra de terreno interessa ao lindeiro, e tem preferência de
compra, evidentemente, o lindeiro porque a ninguém mais interessa esta compra
da área e porque não se pode construir nada na área.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Clóvis Brum, em nenhum momento eu disse que
havia qualquer problema de ilegalidade ou no bom encaminhamento. Inclusive me
tranqüilizo, também, pelo fato que V.Exa. mencionou, que é do Ver. Caio Lustosa
o parecer. Eu apenas aproveitei a ocasião para, mais uma vez, registrar a
política que eu considero equivocada, do Executivo, quanto à avaliação de
imóveis a serem vendidos, sobretudo de imóveis que estão em áreas profundamente
privilegiadas dentro do mercado imobiliário, como esta.
Em segundo lugar, eu tenho uma pequena discordância com V.Exa., e
V.Exa. tem razão quando diz que só ao lindeiro interessará a compra e que a
área, isoladamente, não é passível de construção. Estou de acordo com V.Exa. e
nem disse o contrário. O que eu chamei a atenção, Vereador, é que o Executivo
promoveria a venda ao primeiro como permuta por dívida, coisa que não ocorre no
segundo. Ao segundo, o Executivo não deve nada. O proprietário lindeiro “A”
receberia a nesga que só a ele, se fosse vendida, poderia ser vendida, porque o
Município devia alguma coisa a este cidadão por desapropriação em outra área,
coisa que não ocorre em relação ao segundo. E o que eu chamava a atenção é de
que, enquanto o primeiro tomou a iniciativa da proposta, aparentemente, uma vez
acertada, ele imediatamente vendeu para o segundo, garantindo o privilégio,
quando, na verdade, o segundo fez um grande negócio. Ele compra uma área, a
área original, por um preço “x” com a garantia de que a adjudicara a área
vizinha, do Executivo, a um preço mínimo, onde ele vai poder, na junção das
duas, faturar fantasticamente. Há alguma coisa ilegal? Não, ilegal não há. Eu
apenas chamei a atenção para a coincidência de que, num mês e meio após a
iniciativa do primeiro lindeiro, alcançada a dação deste pequeno terreno, ele
vendeu ao segundo, permanecendo o negócio. É apenas uma observação. Não
levantei ilegalidade e ratifico aqui: apenas achei curioso e discordo desta
política do Executivo, que poderia usar esta nesga como equipamento público,
duas ou três árvores, alguns balanços, uma rodinha para a criançada brincar ou
alguma coisa assim. Seria um equipamento público interessante que garantisse
lazer àquela população ali em torno, uma população razoavelmente grande. Mas
quem incorpora é um particular que vai ter, evidentemente, um lucro fantástico
no conjunto das duas áreas. O que eu levantava aqui é a questão da política de
venda ou de entrega de áreas. Faço questão de frisar que não levantei questão
de ilegalidade. Eu discutiria a visão política desse encaminhamento.
O SR. CLÓVIS BRUM: Parece-me que aqui, no
Processo, a Prefeitura também deve ao segundo comprador. E aí o Ver. Antonio
Hohlfeldt labora num equívoco perfeitamente concebível. Está-se fazendo dação
em pagamento quanto ao comprador “A”. Estou vendo aqui. O Ver. Antonio
Hohlfeldt traz ao conhecimento da Casa, mas como referência o comprador “B”. Temos:
numa área, o Prefeito dá em pagamento, e é verdade que a Prefeitura tem mais a
receber neste negócio do que o particular. O particular paga mais do que a
Prefeitura recebe. A Prefeitura envolveu um terrenos do Sr. Juarez Fermino
através do Plano Diretor e avaliou esta parte atingida pelo Plano Diretor em
oito mil cruzados e vende esta nesga de terra na Érico Veríssimo por 95 mil
cruzados. Na verdade, é um procedimento que sempre foi normal. O segundo
comprador também tinha um imóvel da sua propriedade gravado pelo Plano Diretor.
Diz a Exposição de Motivos: “O proprietário particular expõe ao Município a sua
condição de único lindeiro”. O Sr. Juarez Guezzi Fermino é o atual comprador e
possui um terreno situado na Rua Barão do Triunfo, n.º 331, parcialmente
atingido pelo Plano Diretor.
O Sr. Antonio Hohlfeldt: Então a Exposição de
Motivos está errada, Vereador.
O SR. CLÓVIS BRUM: Aqui estou lendo a
Exposição de Motivos. Eu pediria, Sr. Presidente, o cuidado da Mesa, porque a
Exposição de Motivos do Processo está aqui, o Processo n.º 2379, e a Exposição
de Motivos confere com a Exposição de Motivos do avulso. Agora o Ver. Antonio
Hohlfeldt me traz um adendo que é um parecer da Assessoria Jurídica da Casa e
que, no parecer da Assessoria da Casa, da Dr.ª Maria Helena da Silva Barros,
Assessora Jurídica, não menciona, evidentemente, área de propriedade do Sr.
Juarez Guezzi Fermino. Eu consulto o Presidente: teria V.Exa. condições de
determinar uma melhor determinação, ou orientação técnica ao Processo? Porque a
Exposição de Motivos fala que o Sr. Juarez é dono de uma área atingida pelo
Plano Diretor. O Ver. Antonio Hohlfeldt se prende a um parecer da Dr.ª Maria,
que consta nos autos, às folhas sete, em que não aparece o Sr. Juarez Guezzi
Fermino como proprietário de terreno atingido pelo Plano Diretor. Então, a
Exposição de Motivos, a ementa do Projeto não condiz com o Parecer e não sei,
de sã consciência, se o restante do Processo também diverge. Pediria à
Liderança do PDT para que retirasse este Projeto, a fim de ser melhor
examinado.
O Sr. Flávio Coulon: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) A Exposição de Motivos não deixa de falar a verdade.
O proprietário atual desse imóvel é o Sr. Juarez Guezzi Fermino.
O SR. CLÓVIS BRUM: A Exposição de Motivos diz
que o Sr. Juarez tem um terreno parcialmente atingido na Barão do Triunfo, n.º
331, e que esta transação se efetua em dação em pagamento, isto é, paga toda a
área atingida e ainda sobra dinheiro para a Prefeitura. O parecer levantado
pelo Ver. Antonio Hohlfeldt não cita o Sr. Juarez como proprietário de qualquer
imóvel atingido pelo Município. Se não é proprietário de imóvel atingido, está
o Processo mal instruído e gostaria de que o Líder do PDT o retirasse por duas
Sessões a fim de se esclarecer.
O Sr. Cleom Guatimozim: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Atendendo a V.Exa., retiro por duas Sessões, pois
desejamos tudo bem claro. Particularmente, entendo que não há confusão no
Processo porque, se fosse assim, conforme se entende no Processo, não seria
dação em pagamento. Quando um munícipe tem um terreno e sobra uma área, ele tem
o direito de requerer aquilo que prevê o Código Civil, que é a retrocessão. Não
estão dando retrocessão, mas uma área em pagamento à desapropriação que ele
sofreu. Mas atendo ao seu apelo.
O SR. CLÓVIS BRUM: Não é preciso. Tem de ser
votado e aprovado. Tecnicamente, nada a ver com o Processo. A Dra. Maria Helena
da Silva Barros, zelosa advogada desta Casa, enveredou numa análise de direitos
de preferência. Claro que todos sabemos que existe o direito de preferência.
Isso é primário. Ora, se ele vendeu o próprio imóvel, vamos falar do antigo
proprietário. Se ele vendeu o próprio imóvel que era lindeiro com essa pequena
área, é porque não tinha interesse; nem na pequena área teria mais interesse. E
o Sr. Juarez é proprietário, sim, Ver. Antonio Hohlfeldt. Leia, por favor. A
Doutora faz uma lauda descrevendo o direito de preferência e, no penúltimo
parágrafo, discretamente, diz o seguinte: “as áreas em questão possuem
respectivamente 58 metros”, etc., “sendo que aquela, uma faixa de terreno de
propriedade do Município e esta uma parte de terreno de Juarez Guezzi Fermino”.
Até então o Ver. Antonio Hohlfeldt levantou a tese de que Juarez não era
proprietário de nenhum imóvel atingido e de que não estava no parecer da Dra.
Maria. Pois está no parecer da Dra. Maria. Está certa a Exposição de Motivos,
está certo o Projeto, e a Doutora, no final, concorda que existe uma área
atingida pelo Plano Diretor. Ver. Antonio Hohlfeldt, no antepenúltimo parágrafo
do parecer da Dra. Maria, fls. 7, verso. Quer dizer: eu gostaria de ser
instruído; quase fui desinstruído. Está correto o Processo. Imaginei que o Sr.
Juarez não fosse proprietário, mas o é. A Dra. Maria reconhece aqui. Então, com
referência ao direito de preferência, é normal. Este Processo é normal da Casa.
Tendo uma área remanescente, faz-se dação em pagamento ou se faz venda para o
lindeiro. E aqui o lindeiro teve, na Barão do Triunfo, um terreno atingido. Não
sei nem quem é esse tal de Juarez. Só digo o seguinte: será que o terreno dele
não foi barbaramente prejudicado com o Plano Diretor, como o são muitos
imóveis? Eu conheço, particularmente, um imóvel na Protásio esquina Saturnino
de Brito, com uma área belíssima de esquina, que foi dizimada e até hoje não
foi paga a indenização real. A área foi prejudicada pelo Plano Diretor, e a
Prefeitura, o valor da indenização não cobre nada da área.
O Sr. Werner Becker: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) A indenização até hoje não foi paga, não é?
O SR. CLÓVIS BRUM: Eu disse que a avaliação
não pagou o valor real do imóvel.
O Sr. Werner Becker: Já recebeu o credor?
O SR. CLÓVIS BRUM: Não sei lhe informar. Só
sei que o Plano Diretor destruiu...
O Sr. Werner Becker: Porque se o outro não
recebeu, eles não podem receber na frente. Está escrito.
O SR. CLÓVIS BRUM: Perfeitamente. Aliás, eu
acho até, Srs. Vereadores, que o Ver. Werner Becker levanta um assunto
importante. Acho que deveria, também, fazer parte do Processo a instrução...
Mas há um detalhe aqui, nobre Vereador. (Pausa.) Se o Prefeito manda um
documento dizendo que é de propriedade do Município, evidentemente a
propriedade está - entendi - com a escrituração no cartório competente, e só
ocorre a matrícula do imóvel a partir do momento do pagamento. Ninguém dá a
liquidação de matrícula de um imóvel se não houver recebido. Quanto a isso
estou tranqüilo.
O Sr. Werner Becker: É outra coisa. V.Exa. disse
que um outro anterior até hoje não recebeu.
O SR. CLÓVIS BRUM: Não, não. Não me referi ao
anterior remanescente.
O Sr. Werner Becker: Não, aquele lá, da esquina,
que foi dizimado, que V.Exa. falou.
O SR. CLÓVIS BRUM: Não, eu levantei outra
tese, Vereador. Eu disse o seguinte - vou repetir: “Ver. Antonio Hohlfeldt,
será que o Sr. Juarez, esse que teve um terreno atingido pelo Plano Diretor,
não teve substancial prejuízo? Porque eu, particularmente, sei de um
proprietário que tinha - e até era uma sucessão - uma área na Protásio com a
Saturnino de Brito e que o Plano Diretor dizimou aquele imóvel de ponto de
vista do valor, cortou pela metade aquele imóvel, e, na certa, o pagamento da
Prefeitura, por indenização, não vai cobrir, restaurar, o valor e a utilidade
daquele imóvel na Protásio com Saturnino de Brito”. Foi isso que eu disse. Mas,
com referência ao imóvel aqui, eu acredito que seja de propriedade do
Município. Diz o Prefeito: “uma área de propriedade do Município”. Eu acredito
no Prefeito até prova em contrário. Voto favorável. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver.
Werner Becker. V.Exa. tem 10 minutos, Vereador, para discutir o PLE n.º 70/86.
O SR. WERNER BECKER: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Srs. funcionários da Casa. Embora eu tenha dado parecer favorável
do ponto de vista da Comissão de Justiça, repensei e me assaltou uma dúvida. Se
o Ver. Clóvis Brum fosse pródigo em atenção como é pródigo em outras
virtudes...
O Sr. Clóvis Brum: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Quais as outras virtudes, Ver. Werner Becker, que
V.Exa. tem em demasia?
O SR. WERNER BECKER: A da simpatia, a da
fluência, a do envolvimento. Mas não vamos competir, vamos registrar apenas.
Embora tenha dado o parecer na Comissão de Justiça, e mais uma vez me penitencio
por não ter dado parecer em Comissão, por ter dado parecer talvez, aqui, no
corredor - “assina aqui embaixo que está tudo certo” -, passou-me despercebido
um fato. O relator era da minha confiança política e da confiança jurídica -
Ver. Caio Lustosa. Mas eu estou levantando um problema que não diz respeito só
a este problema, mas em relação ao problema de dação de pagamento, em relação
aos créditos frutos de desapropriação. Há um preceito legal que culmina
inclusive com responsabilidade penal os funcionários responsáveis por pagar as
indenizações fora da ordem de inscrição. Então, todas as dívidas judiciais do
Município precisam ser pagas em uma determinada ordem, que é a ordem de
inscrição: “A” recebe primeiro que “B”; “B” recebe primeiro que “C”; “C” recebe
primeiro que “D”; “D” recebe primeiro que “E”. Esse é um preceito de Justiça, é
um preceito normativo que dá responsabilidade penal, inclusive, ao
administrador se assim ele não o fizer. Então, a minha pergunta é a seguinte:
se eu tiver fazendo uma dação em pagamento, pagando com bem imóvel ao invés de
pagar com pecúnia, com dinheiro, eu estou pagando, privilegiando este que é
credor, que deveria receber depois em relação aos anteriores? Nós sabemos que a
Prefeitura tem vários e vários credores que até agora não receberam. Por isso,
tinha perguntado ao Ver. Clóvis Brum se aquele da esquina, que ele diz que foi
dizimado, já recebeu, e ele diz que não sabe. Então, se ele não recebeu e está
inscrito anteriormente, este não deve receber na frente. Então, gostaria que
agora, quando baixasse em diligência, fosse requerida a seguinte informação:
quantos credores há do Município, com crédito, inscritos anteriormente? Senão,
não podemos autorizar essa dação em pagamento, pois estaremos passando por cima
de credores que têm anterioridade.
O Sr. Clóvis Brum: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, perfeitamente normal a posição de
V.Exa. Apenas corro o risco de tentar acrescentar um outro dado. Há áreas
desapropriadas com dinheiro da Prefeitura que correm a risco e conta da
Prefeitura e há áreas desapropriadas pela EBTU. Parece-me que estes pagamentos,
que todos os imóveis que foram atingidos pelos corredores de ônibus parece que
foram pagos com receita federal. E esse imóvel que seria atingido na Saturnino
de Brito com Protásio Alves, em que pese estar gravado no Plano Diretor, mas
parece que essas despesas de alargamento dessa rua correrá por conta do Governo
Federal.
O SR. WERNER BECKER: Quer dizer que o Município
está pagando uma conta do Governo Federal?
O Sr. Clóvis Brum: Vou fazer nobre o juízo de
V.Exa. sobre esta matéria. Estou dizendo que o Município ganha em determinadas
obras. Por exemplo, os corredores de ônibus. O Governo Federal pagou todas as
desapropriações. E esse terreno, Protásio com Saturnino, parece que é um
terreno desses também.
O SR. WERNER BECKER: O que estou defendendo é a
ilegalidade de pagar credores sem a ordem de precedência instituída legalmente,
inclusive condicionada até à responsabilidade penal. Perfeitamente, esta dação
pode ser impugnada por algum credor pretérito. Impugnada, chamando a nós a
responsabilidade. Acho que o Executivo tem que informar se há credores
pretéritos. Antes disso, o Executivo, o Estado Municipal não pode pagar
ninguém.
O Sr. Clóvis Brum: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Nobre Vereador, será que, ao invés de informar se há
credores anteriores, o Executivo não poderia informar se a presente área não
interessou a nenhum credor anterior?
O SR. WERNER BECKER: Também concordo que fosse
ofertada. Se foi ofertada já é o suficiente, até para salvaguardar a nossa
responsabilidade criminal. É necessário investigar. É apenas o alerta que estou
fazendo e requeiro formalmente ao Sr. Presidente para baixar em diligência o Processo
e indagar do Executivo se há credores precedendo a esses e se eles têm
interesse de receber esse prédio.
O Sr. Hermes Dutra: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, na época em que estávamos no Executivo,
vimos que há muitas pessoas que têm créditos a receber e não têm interesse em
receber terrenos. Então, normalmente esse tipo de consulta era feito. Agora, eu
não posso assegurar que o atual Prefeito continue com a mesma maneira de agir.
O SR. WERNER BECKER: Então, V.Exa. elucida. Eu
acho que seria interessante constar do Processo que credores anteriores foram
consultados e não mostraram interesse nessa área, o que na Érico Veríssimo eu
acho muito difícil, porque, de olhos fechados, se eu fosse credor, eu dizia que
tinha interesse. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver.
Flávio Coulon para discutir o PLE n.º 70/86.
O SR. FLÁVIO COULON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, serei breve no meu pronunciamento. Ouvi algumas coisas aqui que não
posso deixar passar transitar em julgado. Essa área não serve para nada? Bom,
essa área serve para alguma coisa. É uma área com 20m de comprimento por quatro
metros. Ela serve para bastante coisa na Érico Veríssimo, quanto menos não seja
para plantar árvore, para um balanço, um escorregador, assim por diante.
O Sr. Werner Becker: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ela tem muito mais valor por inteiro, 900 OTNs dá 180
mil cruzados; 58 metros quadrados de área construída dá um valor muito maior.
Se eu sou credor do Município e ele oferece para mim, eu quero, porque vou
conversar com o vizinho do lado. Ele vai me comprar bem, mais que o valor real.
O SR. FLÁVIO COULON: Essa área tem valor, serve
para alguma coisa. A segunda coisa que eu não posso deixar passar em branco é
quando a pessoa começa a fazer uma correção entre essa área de 58 metros
quadrados com outras áreas que a Prefeitura vá querer vender aqui na Cidade.
Porque, de repente, nós começamos a achar que 58 metros quadrados não é nada;
aí, de repente, a Prefeitura começa a vender 800 metros quadrados e nós achamos
que não é nada. Então, a princípio, eu sou contra a alienação de terreno por
parte da Prefeitura. A Prefeitura é dona do terreno. O terreno pertence à
Cidade, pertence a seus habitantes. Tem uma visão autorizada, localizada no
tempo, desde 1987; não se pode governar os interesses de uma população que vai
subir a 2087. Então, o que me preocupa é esta filosofia de venda de terreno por
parte da Prefeitura. Já foi prometido pela Liderança do PDT que virá um projeto
do Prefeito Alceu Collares alienando os terrenos que a Prefeitura tem em áreas
nobres da Cidade. É uma preparação de terreno. Virá esse projeto. Toda a
argumentação em torno desses 58 metros quadrados nada mais é do que uma
preparação, também, do espírito da gente no sentido de que o caminho para que
este Projeto passe seja bastante aplainado. Cinqüenta e oito metros quadrados
de terra na Av. Érico Veríssimo, numa zona que vai ser densamente construída,
têm muito valor e é uma reserva que o Município deveria sempre manter. Pague-se
a diferença e se terá um lucro muito maior em termos de Município. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Cleom
Guatimozim para discutir o PLE n.º 70/86.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, nós queremos abordar, aqui da tribuna, dois aspectos. O primeiro é
o levantado pelo Ver. Werner Becker. S.Exa. tem razão de que há uma ordem
judicial para os processos judiciais, quando o proprietário não está de acordo
e pede uma reavaliação em juízo. Então S.Exa., o Sr. Juiz, determina que haja
uma ordem de atendimento das indenizações. Não pode um preterir o outro. É como
se fosse um concurso público, em que as pessoas se classificam por ordem. Neste
caso, não há decisão judicial. Foi uma desapropriação em que não houve recurso,
uma desapropriação totalmente administrativa e que não está o Poder Público
sujeito à mesma ordem seguida pelo Poder Judiciário, isto é, determinada por
este - aliás, acrescente-se, acertadamente. Neste caso, não importa quem é o
proprietário. Seja quem for, é o lindeiro. É o “João” que vendeu para o
“Paulo”, o “Paulo” que vendeu sei lá para quem. Esse último proprietário,
aquele que detém, que tem a certidão do registro de imóveis, esse é o
proprietário, e esse tem o direito, como único lindeiro, de adquirir sem
licitação, sem concorrência pública. É exatamente isso que ocorre. O Ver.
Antonio Hohlfeldt levantou uma outra situação, e em bom momento, sobre a
filosofia das avaliações. Não só esse caso, mas o Vereador levantou a filosofia
geral das avaliações feitas pelo Município e que para S.Exa. não são baixas.
Disse que não tinha nenhuma restrição a esta dação em pagamento. Ora, o
Município não daria em pagamento alguma coisa para uma pessoa a quem não
devesse. Esses processos são normais nesta Casa. Existem inúmeros deles. Outro
aspecto foi abordado pelo Ver. Flávio Coulon. S.Exa. acha que uma área de 58
metros quadrados é uma estância. Não dá para construir. São necessários 300
metros quadrados; 58 metros quadrados não resolvem nada. Qual seria a solução
de um particular que tivesse um terreno de 58 metros quadrados na Av. Borges de
Medeiros ou na Andradas? Não pode construir. Ele venderia a quem quisesse, sem
licitação, mas o Poder Público tem de fazer licitação, basta que haja mais de
um lindeiro, o que não é o caso.
O Sr. Werner Becker: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, 58 vezes o índice de ocupação
daquela área aumenta a volumetria significativamente; fosse uma chacrinha, não
seria uma estância. Sobe para cima, como se diz no interior. Cinqüenta e oito
têm importância, porque não é uma área de 58m, é um volume de 58m de base. Em
segundo lugar: havia dado parecer favorável e depois repensei. É o direito que
o Município não tem de pagar - e estou chamando a responsabilidade do Sr.
Prefeito e nossa, Vereadores - credores em prejuízo de credores anteriores,
pois há uma lei específica e clara de que os débitos do Município devem ser pagos
em ordem cronológica sob pena de responsabilidade penal do administrador.
Então, estou perguntando o seguinte: não seria conveniente a Prefeitura, antes
de fazer essa dação em pagamento, perguntar, inquirir aos credores anteriores
com privilégio de anterioridade se eles não têm interesse em receber?
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Vereador, V.Exa. não estava
aqui quando eu respondia que V.Exa. está certo em determinado aspecto.
O Sr. Werner Becker: É que eu estava em
impedimento fático.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: É que essa ordem deve ser
seguida e obedecida por determinação judicial só quando se trata de processos
que têm sentença em julgado em favor do Município.
O Sr. Werner Becker: Por isso, é que eu quero
essa informação, que conseqüência do Plano Diretor. Essa é a informação. Então,
pode ser em conseqüência de uma desapropriação. Dizer que é conseqüência do
Plano Diretor não explica, não explicita. Então, pode ser conseqüência de uma
sentença de trânsito em julgado. É sobre isso que eu gostaria de explicitação.
Qual a origem dessa dívida e qual o título que constitui a dívida?
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Vereador, V.Exa. me faz um
apelo que retire para verificação?
O Sr. Werner Becker: Claro, até para
salvaguardar a responsabilidade do seu Prefeito e nossa. Acho que não há
problema nenhum. Apenas isso para que se complemente esse apelo que faço, e que
venha essa informação.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr.ª Presidente, atendendo
ao apelo que faz o Ver. Werner Becker, eu encaminho à Mesa o Requerimento na
certeza de que nós resolveremos tudo para a próxima votação desse Processo.
Deixo, entretanto, claro que eu não tenho nenhuma dúvida, mas acho válida a
dúvida de V.Exa.
O Sr. Werner Becker: É preciso aguardar para que
traga o título de crédito do credor. Se for uma sentença passada em julgado,
não vai dar para pagar.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Eu estou de acordo com
V.Exa. Podem ser pagas essas que são resultado de acertos administrativos. É
claro, e eu dizia há pouco num aparte: a um cidadão que é desapropriado e sobra
uma nesga de terra de cinqüenta e poucos metros não interessa a retrocessão. O
que lhe adianta a retrocessão se ele não pode construir nada? Compra pelo mesmo
preço em que foi desapropriado e vai fazer o quê? No caso em que haja dois ou
três lindeiros, há interesse na retrocessão, mesmo que a área seja diminuta,
porque aí ele pode oferecer, no mínimo, para três ou quatro lindeiros. E queria
dizer a V.Exa. que esse aqui não “sobe só para cima”. Também há possibilidade
de “descer para baixo”, para o subsolo.
Encaminho, Sra. Presidente, o adiamento por duas Sessões. Muito
obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que o PLE n.º 70/86 tenha
adiada sua discussão por duas Sessões. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
PROC. 0548 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 14/87, que dispõe sobre a
aplicação de recursos oriundos de convênio autorizado pela Lei n.º 5.872, de 28.01.1987.
Parecer Conjunto:
- da CJR, CFO e CUTHAB.
Relator-Geral, Ver. Frederico Barbosa: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. Para
discutir, o Ver. Artur Zanella.
O SR. ARTUR ZANELLA: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores. Eu ia fazer esse comentário quando falava o Ver. Werner Becker
porque creio que há uma falha na Casa, falha esta que assumo como minha, porque
os projetos ficam em três Sessões de Pauta e normalmente se discute no mesmo
dia da votação. Isto é uma falha de grande parte dos Vereadores, inclusive
minha, confessada neste momento.
As dúvidas que o Ver. Werner Becker tinha no Projeto anterior, se na
Pauta tivessem sido analisadas, o assunto estaria resolvido. Neste caso também,
se na Pauta ela tivesse tido a diligência de examiná-lo profundamente, esses
comentários até não teriam razão de ser. Mas, em primeiro lugar, eu queria
enfatizar que a presença do Dr. Wilson Ghignatti, ex-Diretor do DMAE e que
representa, hoje, o Partido da Frente Liberal no DNOS, parece que já está dando
bons frutos, eis que S.Exa., em visita que nos fez hoje à tarde, combinou
conosco reuniões para que os programas e projetos da sua área sejam
explicitados aos Srs. Vereadores, principalmente da nossa Bancada, eis que,
dessa verba necessária para essa obra, 75% vêm do DNOS, que é um órgão
dirigido, no Rio Grande do Sul, pelo Dr. Wilson Ghignatti, do PFL. Em segundo
lugar, eu queria fazer uma referência à Bancada do PDT, neste momento
representada por três Vereadores - seu Líder está chegando neste momento -, de
que o Prefeito Municipal revise um pouco os seus encaminhamentos a esta Casa.
E, evidentemente, a construção de 60 metros de canalização e de um pontilhão
não vai fazer aquilo que o Sr. Prefeito coloca no seu Ofício, que quando em
época da enchente, com conseqüente alagamento daquela região, esse tormento vai
ser afastado das populações ribeirinhas do Arroio Cavalhada. Evidentemente que
os 60 metros dessa obra não farão esse milagre para afastar o tormento das
populações ribeirinhas do Arroio Cavalhada. Em último lugar, Sra. Presidente,
eu até nem saberia se caberia, no caso, uma emenda supressiva ou na Redação
Final, porque esse termo que está sendo usado aqui no Projeto de Lei, de
“alvenaria de pedras argamassadas”, isso não existe. O que existe é muro
lateral de pedras que provavelmente sejam unidas com argamassa, mas pedras
argamassadas não existem. Eu estava dizendo, no momento, Dr. Ghignatti - estava
elogiando a sua atuação - que o órgão comandado pelo PFL no Estado contribuía
com 75% dos recursos para esta obra. E dizia, também, que aquela informação do
Sr. Prefeito me pareceria muito temerária, de que os 60 metros afastariam as
enchentes e passaria o alagamento daquela região. Eu dizia que era um otimismo
muito grande, pois manteria afastado o perigo do alagamento em função da
construção dos 60 metros, e sugeria que, por intermédio de uma emenda ou na
Redação Final, não saberia dizer exatamente, se retirasse o termo “alvenaria de
pedra argamassada”, ou “muros laterais em alvenaria argamassada”, pois
praticamente isto não existe. Existe - repito - alvenaria de pedras, que
provavelmente serão unidas por argamassa e muros laterais em alvenaria de pedra
que, provavelmente, será por cimento ou argamassa. Então, Sra. Presidente, com
esta pequena correção de termos técnicos e com o alerta que isto não vai acabar
com os trasbordamentos originários do Arroio Cavalhada, eu proponho,
evidentemente, a sua aprovação no dia de hoje. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em
votação. (Pausa.) Não há oradores para encaminhamento.
O SR. PEDRO RUAS: Para um Requerimento, Sr.
Presidente. (Assentimento da Presidência.) Requeiro que a votação do PLE n.º
14/87 seja nominal.
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Resultado da Votação: votos SIM
(22): Adão Eliseu, Antonio Hohlfeldt, Aranha Filho, Artur Zanella, Bernadete
Vidal, Cleom Guatimozim, Clóvis Brum, Gladis Mantelli, Hermes Dutra, Ignácio
Neis, Lauro Hagemann, Raul Casa, Werner Becker, Nilton Comin, Flávio Coulon,
Marcinho Medeiros, Isaac Ainhorn, Getúlio Brizolla, Pedro Ruas, Auro Campani,
Kenny Braga e Cláudio Dubina. ABSTENÇÃO
(1): Ver. Jorge Goularte.
APROVADO o PLE n.º 14/87.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento de autoria do Ver. Cleom Guatimozim,
solicitando dispensa de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação
Final, considerando-a aprovada nesta data, do PLE n.º 14/87.)
O SR. PRESIDENTE: Antes de passar para o
Projeto seguinte, fica prorrogada a Sessão para a conclusão da Ordem do Dia,
tão-somente.
PROC. 2580 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º
86/86, do
Vereador Isaac Ainhorn, que denomina Carlos Nobre as futuras instalações do
Galpão Crioulo do Parque da Harmonia.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Vereador Cleom
Guatimozim: pela tramitação;
- da CUTHAB. Relator, Vereador Pedro Ruas:
pela aprovação.
O SR. 2º SECRETÁRIO: A Mesa recebe Emenda de
Líder, do Ver. Cleom Guatimozim, ao PLL n.º 86/86.
O SR. PRESIDENTE: A Emenda é submetível, por
determinação do Regimento Interno, à Comissão de Justiça e a de Urbanismo,
Transporte e Habitação. Tenho de suspender a Sessão por cinco minutos para
convocar a reunião das Comissões.
O SR. WERNER BECKER: A Sessão poderia ir se desenvolvendo.
O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, há que fazer
uma reunião conjunta presidida pela Presidência da Casa ou pelo Presidente da
Comissão de Justiça. Suspendo a Sessão, convocando os Vereadores para a reunião
das Comissões de Justiça e de Urbanismo, Transporte e Habitação. Os trabalhos
estão suspensos por cinco minutos.
(Suspendem-se os trabalhos às 18 h.)
O SR. PRESIDENTE (às
18h07min):
Estão reabertos os trabalhos. A Mesa convida o Ver. Pedro Ruas para que
secretarie os trabalhos. Em discussão o PLL n.º 86/86. Com a palavra, o Sr.
Marcinho Medeiros.
O SR. MARCINHO MEDEIROS: Sr. Presidente e Srs.
Vereadores. A respeito do Processo que coloca o nome de Carlos Nobre no Galpão
Crioulo do Parque da Harmonia, eu quero dizer que não tenho nada contra a
pessoa do Sr. Carlos Nobre. Fui até um admirador dele, especialmente da sua
coluna no jornal “Zero Hora”. Mas eu acho que esta homenagem não é muito
apropriada. Teria muito mais sentido se esta Câmara prestasse uma homenagem a
um tradicionalista. Nós temos grandes nomes. Inclusive, um foi Vereador, nesta
Casa, que assumiu junto comigo por um curto espaço de tempo, o nosso
ex-companheiro Darcy Fagundes, um nome por demais conhecido nos meios
tradicionalistas do nosso Estado. É uma homenagem que caberia muito melhor
nesse Galpão Crioulo, por ser justamente o Galpão Crioulo um ponto de encontro
do tradicionalismo e das pessoas que amam a cultura do Rio Grande do Sul. Foi
um homem que se dedicou com todo o amor à cultura gaúcha. Agora, o Sr. Carlos
Nobre contribuiu também, mas não no aspecto tradicionalista. Ele foi um
humorista, um homem ligado à arte e à transmissão do humor à população. Seria
interessante que fosse nome de um teatro ou de um outro estabelecimento
cultural em memória do Sr. Carlos Nobre. Seria a atitude mais justa desta Casa.
Acho que os companheiros deveriam pensar melhor de colocar - nada em demérito
do Autor do Projeto - o nome do Galpão Crioulo em homenagem a um companheiro
nosso que se dedicou realmente às atividades do tradicionalismo gaúcho, foi
poeta, etc., que foi Darcy Fagundes no nosso cenário, ou um outro
tradicionalista qualquer. Eu acho que, quanto a Carlos Nobre, poderíamos
dar-lhe outra homenagem.
O Sr. Raul Casa: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Esta Casa já votou a denominação de uma rua à figura
de Carlos Nobre. Nada impede que o equipamento instalado em um logradouro
público, como o Parque Maurício Sirostky Sobrinho, tenha, também, uma homenagem
à figura de Carlos Nobre. Creia V.Exa. que Carlos Nobre também contribuiu, e
muito, com a cultura e o tradicionalismo do Rio Grande do Sul. E eu, que
poderia até entender como uma superposição do ilustre Ver. Isaac Ainhorn a um
Projeto de nossa autoria dando nome de rua a Carlos Nobre, aceitamos
democraticamente porque, quanto mais homenagens se fizer, quanto mais se
flagrar o nome de Carlos Nobre na memória da Cidade, maior homenagem estaremos
prestando também à cultura, ao tradicionalismo do Rio Grande do Sul. Carlos
Nobre, na Praça Maurício Sirostky Sobrinho ou numa sala de espetáculos, é a
própria representação popular que se flagra e se registra para a história de
Porto Alegre. Eu aceito democraticamente a denominação de Carlos Nobre para o
Galpão Crioulo e não considero que o Ver. Isaac Ainhorn tenha feito essa
superposição em nosso Projeto. Pelo contrário, ele veio reforçar o nosso
Projeto pelo que até me congratulo com ele.
O SR. MARCINHO MEDEIROS: Eu queria alertar o colega
que nada contra a figura do Sr. Carlos Nobre. Acho que, quanto mais homenagens
prestarmos a ele, tudo bem, mas nós temos outras pessoas também, e acho que ele
não foi conhecido perante a opinião pública como um tradicionalista, e sim como
um humorista, muito mais como humorista do que tradicionalista. Essa é a minha
discussão.
O Sr. Werner Becker: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) V.Exa. me coloca numa situação constrangedora, mas eu
gostaria que a Casa fizesse uma reflexão: é o que dá essa história de regime de
urgência com Comissão Conjunta e votar os projetos a toque de caixa, porque o
que V.Exa. está dizendo é de extrema relevância e acho muito importante. Se
esse Projeto tivesse passado normalmente pelas Comissões, reunir-se todo o
mundo sentadinho, discutindo, se esse Projeto tivesse sido assim, surgiria
naturalmente a idéia de V.Exa., que é óbvia, mas, nesse momento, é um impasse
que V.Exa. nos cria nós recusarmos o nome do meu querido amigo Carlos Nobre.
O SR. MARCINHO MEDEIROS: Veja bem, nobre Vereador,
nós podemos até prestar uma homenagem a Carlos Nobre, mas uma coisa mais
cabível ao tipo de pessoa que ele foi.
O Sr. Werner Becker: Mas o que eu queria definir
a V.Exa. é que a Casa, quando votasse esse regime de urgência para votar as
coisas assim, a toque de caixa, quando a Casa votasse dessa forma, que a Casa pensasse
melhor, pois acaba dando nisso. A gente se vê obrigado a votar numa coisa que
não é certa.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Ver. Brochado da Rocha, eu tenho-me preocupado nesse meu curto mandato aqui, e
sou, muitas vezes, chamado de novo e tal. Agora, certas coisas me surpreendem.
Acho que em parte, genericamente, em tese, o Ver. Werner Becker tem razão, mas
infelizmente, nesse Projeto, esse Processo passou em todas as Comissões,
inclusive pela Comissão de Justiça, e lá, na Comissão de Justiça, teve
assinatura favorável do Ver. Werner Becker.
A SRA. BERNADETE VIDAL (Questão de
Ordem):
Isto não é Questão de Ordem, Sr. Presidente. Isso é discurso, aparte. Peço que
a Mesa reponha as coisas para que a Casa discuta o Projeto.
O SR. ISAAC AINHORN: Continuo, Sr. Presidente.
Teve a assinatura do Ver. Werner Becker, e só houve reunião conjunta hoje
porque houve uma Emenda de Líder adequando o Projeto a uma lei posterior à
entrada deste Projeto em tramitação. Por esta razão, surpreendo-me. Passou por
todas as Comissões da Câmara, com voto favorável de todas as Comissões,
inclusive com o voto do Ver. Werner Becker, favorável.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa é obrigada a aceitar
a admoestação que não é uma Questão de Ordem. Inclua-se no discurso do Vereador
que está na tribuna. S.Exa. dirá o tempo para a Mesa descontar aqui, de vez que
não pôde controlar.
O SR. MARCINHO MEDEIROS: Sou um Suplente. Estou aqui
esporadicamente. Venho quando alguém se licencia ou vai para outro cargo, mas
acho que deveria haver um critério maior. Quer dizer: prestar homenagem para as
pessoas que passaram pela Cidade, que marcaram sua época, que deixaram seu nome
na memória de todos nós é muito importante, mas acho que é mais importante
adotar critérios para prestar estas homenagens, ligar as pessoas àquilo que
fizeram na vida, no que se destacaram. Não tenho nada contra as pessoas. Só que
ele não foi um conhecido perante a opinião pública porto-alegrense como um
tradicionalista. Foi conhecido como humorista e homem ligado à cultura, não a
nativa, mas a popular. Temos até nosso Centro de Cultura, e caberia melhor uma
homenagem deste tipo. Citei Darcy Fagundes como exemplo. Existem outros nomes
que podem ser colocados. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Lauro Hagemann pede
a palavra. V.Exa. tem 10 minutos para discutir o PLL n.º 86/86.
O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Não pretendia discutir este Projeto, mas fui me convencendo e
cheguei à conclusão de que vou votar contra. Não pela figura do homenageado.
Foi meu companheiro radialista por muitos anos. Mas fico a imaginar, se Nobre
estivesse aqui, com que cara de espanto receberia esta homenagem! Não tenho
nada, também, contra o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn, mas acho que há um descompasso
absoluto entre a homenagem que se pretende prestar a essa figura humana,
profissional, que foi Carlos Nobre, com um Galpão Crioulo. Todos nós sabemos
que Nobre era chegado às demonstrações nativistas. Ele achava muito engraçado,
até, o gauchismo da nossa gente. Para quem o conheceu, como eu o conheci - e
parece que estou a vê-lo sentado lá, no Galetão, onde ele costumava freqüentar
aos domingos pela manhã -, ele ficaria extremamente espantado com essa
homenagem, e parece que estou a vê-lo dizendo, com a cara mais desenxavida:
“Mas eu por quê?”
O Sr. Werner Becker: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Seria, mais ou menos, como escolher V.Exa. para
padrinho da Festa do Divino. Não que V.Exa. não respeite a Festa do Divino, mas
não tem nada com isso. Partindo da amizade que tínhamos por Carlos Nobre, vinda
de V.Exa. essa argumentação, V.Exa. abona e avaliza essa argumentação. Agora,
eu acho que nós devemos achar uma outra homenagem ao Carlos Nobre com urgência,
mas galpão é como disse: é a mesma coisa que colocar a mim e a V.Exa. como
padrinhos da Festa do Divino. Não temos nada com isso. Muito obrigado.
A Sra. Bernadete Vidal: V.Exa. permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Vereador, isso soa - para fazer uma comparação - como
botar o nome de Mozart, por exemplo, numa escola de samba. Eu tenho algum
contato com pessoas ligadas ao nativismo e estou sendo cobrada todos os dias
porque demos o nome do grande jornalista e empresário Maurício Sirotsky
Sobrinho a esse Parque aqui, o Parque da Harmonia, apesar de ser extremamente
merecida a homenagem. Então, vou-me associar a V.Exa., pois, se o Carlos Nobre
estivesse vivo, tenho certeza de que ele compreenderia. Muito obrigada.
O SR. LAURO HAGEMANN: Pois, nobre Vereadora, eu
encerro este meu pronunciamento dizendo que inclusive, no Projeto, em seu art.
2º, diz que será fixada, no saguão de entrada do Galpão Crioulo, uma placa com
os dizeres: “Carlos Nobre, comunicador e humorista”. Então, há um descompasso
insanável entre esta homenagem e a figura do Carlos Nobre. Em homenagem ao meu
companheiro Carlos Nobre, eu vou votar contra o Projeto do Ver. Isaac Ainhorn.
Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Sobre a mesa, Requerimento
de autoria do Ver. Isaac Ainhorn, solicitando que seja adiada a discussão do
PLL n.º 86/86 por cinco Sessões. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Mais um Requerimento para ser votado: de autoria do Ver. Artur Zanella,
solicitando 07 dias de Licença para Tratamento de Saúde, a contar do dia 05 do
corrente. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
PROC. 2606 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º
88/86, do
Vereador Raul Casa, que denomina Rua Rubem Antonio da Silva um logradouro
público.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Vereador Luiz Braz: pela
aprovação;
- da CUTHAB. Relator, Vereador Isaac
Ainhorn: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL n.º 88/86 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento do Ver. Raul Casa, de dispensa de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data, do PLL n.º 88/86.)
PROC. 2664 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N.º
94/86, do
Vereador Raul Casa, que denomina Rua Vitor Mateus Teixeira um logradouro
público.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Cleom Guatimozim:
pela tramitação;
- da CUTHAB. Relator, Vereador Frederico
Barbosa: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLL n.º 94/86 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento do Ver. Raul Casa, de dispensa de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data, do PLL n.º 94/86.)
PROC. 0433 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N.º 10/87, que declara de utilidade
pública a União Sul Brasileira de Educação e Ensino - USBEE.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Cleom Guatimozim:
pela tramitação;
- da CEC. Relator, Ver. André Forster: pela
aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PLE n.º 10/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim, de dispensa
de distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data, do PLE n.º 10/87.)
PROC. 0438 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N.º 03/87, do Vereador Hermes Dutra,
que concede o título honorífico de Cidadão Emérito ao Sr. Manoel dos Santos
Martins.
Pareceres:
- da CJR. Relator, Ver. Clóvis Brum: pela
aprovação; e
- da CEC. Relator, Vereador Wilson Santos:
pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PR n.º 03/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
(Obs.: Foi aprovado Requerimento do Ver. Hermes Dutra, de dispensa de
distribuição em avulsos e interstício para sua Redação Final, considerando-a
aprovada nesta data, do PR n.º 03/87.)
PROC. 0515 - PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO N.º 04/87, para Contrato de Empreitada
Global que, entre si, fazem o Município de Porto Alegre e a Firma Lima
Construções Ltda., para construção de um prédio em alvenaria na Escola
Municipal de 1º Grau Décio Martins Costa.
Parecer: da CJR.
Relator, Vereador Caio Lustosa: pela aprovação.
Parecer Conjunto:
- da CFO e CUTHAB. Relator-Geral, Vereador Frederico Barbosa: pela aprovação.
O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em
votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam o PA n.º 04/87 permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Sobre a mesa, Requerimento do Ver. Hermes Dutra, solicitando que o PLCL
n.º 02/87 seja incluído na Ordem do Dia por força do art. 44 da LOM.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
O Ver. Hermes Dutra, guardador fiel dos dispositivos municipais, requer em
Requerimento a inclusão na Ordem do Dia, por força do art. 44. Eu quero lembrar
à Presidência, à Mesa, ao Plenário que já tramitou na Comissão de Justiça e até
agora, estranhamente, não foi votado pelo Plenário o Requerimento sobre a
sustação de todos os Processos que dizem respeito ao Plano Diretor da Cidade
face à existência, na Casa, de uma Comissão de Inquérito sobre o assunto.
O SR. PRESIDENTE: Respondendo à Questão de
Ordem formulada por V.Exa., a Mesa tem a informar o seguinte: a Comissão de
Justiça pronunciou-se pela não-tramitação dos referidos Processos, a Auditoria
da Casa pronunciou-se pela tramitação dos Processos. O problema será solucionado
pelo Plenário. E mais: há opiniões na Casa, colhidas alhures, de que o referido
Projeto sobre o Plano Diretor já correu Pauta. A Mesa não submeteu, como foi
referido, porque a Mesa desejava, antes de levar à consideração do Plenário,
reunir as Lideranças da Casa para tratar do assunto e desde já convoca as
Lideranças da Casa para amanhã, tão logo encerre a Sessão Ordinária, tratarmos
do referido assunto.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Eu solicitaria da Mesa cautela no deferimento deste Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não está deferindo
nada. Quem deverá fazê-lo é o Plenário.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sou grato a V.Exa.
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
Eu só quero informar a V.Exa. que após a Sessão Ordinária, amanhã, tem reunião
da Comissão de Justiça.
O SR. PRESIDENTE: V.Exa. bem faz avisando a
Mesa. A reunião será após a Sessão Solene.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Algumas semanas atrás, esta Casa votou Requerimento, na oportunidade, de
autoria do Ver. Clóvis Brum, no sentido de que o Projeto de Lei que altera o
Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano da Cidade, para que possibilitasse
maior debate e maior discussão, corresse Pauta. Igualmente foi requerido também
aos Processos que tramitam em anexo a esse, a saber, do Fundo Municipal de
Desenvolvimento Urbano. Eu pergunto a V.Exa. e indago à Mesa se será incluído
na Pauta o Projeto de Lei que trata do Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano, muito embora se saiba que esse Projeto, a exemplo do que altera o Plano
Diretor, já tenha corrido Pauta.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa repete o que
anteriormente referiu. Existem dois pareceres na órbita jurídica. A Mesa,
possivelmente, transferirá ao Plenário, caso não chegue a um consenso com os
Srs. Líderes de Bancada.
O SR. ISAAC AINHORN: Só para esclarecer.
Primeiro, há um Requerimento aprovado por esta Casa no sentido de que o Projeto
de Lei sobre a alteração do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano corresse
novamente Pauta e juntamente com ele os Processos que tramitam de matéria
correlata, como o Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano. O presente
Requerimento, na oportunidade, há mais ou menos três semanas atrás, foi de
autoria do Ver. Clóvis Brum. Então, evidentemente que isso independe do
Requerimento, a menos que se revogue o mesmo, mas, como o mesmo foi aprovado
pelo Plenário, nem uma reunião de Lideranças poderia revogar uma decisão
soberana do Plenário. Tanto isso é verdade, que corre Pauta o Projeto do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano, muito embora ele já tenha corrido Pauta
anteriormente e, do ponto de vista regimental, até se poderia argumentar que,
legalmente, é desnecessário. Mas este Plenário o aprovou dessa maneira. Então,
eu estranho que até agora não tenha visto nos anúncios nem nos avulsos,
correndo Pauta, o do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, razão pela qual
indago de V.Exa. se correrá Pauta, porque essa questão nada tem a ver com a
questão de que as Lideranças discutirão sobre os requerimentos e os pareceres
da Comissão de Justiça. Sou grato.
O SR. PRESIDENTE: Repito o repetido...
O SR. ISAAC AINHORN: O repetido não responde a
minha Questão de Ordem.
O SR. PRESIDENTE: Repito o repetido, ou seja,
na concepção desta Presidência, em verdade, ambos já correram Pauta quando
tramitaram em janeiro de 1987. “Stricto sensu” é esta a opinião.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Pergunto como fica a soberana decisão desta Casa que votou o Requerimento e que
levou a correr Pauta o Projeto do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e não
levou a correr Pauta o do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano.
O SR. PRESIDENTE: O grande problema fica para
o encaminhamento junto às Lideranças da Casa e posteriormente para a decisão do
Plenário se correrá Pauta ou não, mas se, fundamentalmente, deverá tramitar a
matéria ou não. Tanto a reavaliação do Plano Diretor, que correu Pauta, quanto
o Fundo, ambos, por serem iguais às que já correram Pauta, não necessitariam
correr Pauta. É opinião pessoal sujeita aos doutos da Casa. No entanto, esta
Presidência avança mais ainda: no plano jurídico, há que se estabelecer uma
conexão entre um assunto e outro, ou seja, aquilo que seria o trancamento da
matéria, do procedimento legislativo. Esse trancamento do processo legislativo
é que há opiniões jurídicas contrárias.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Se V.Exa. me permite, quero questionar e refletir com V.Exa., assessorando os
trabalhos desta Casa, no sentido de que, quando V.Exa. recebeu o Requerimento
de trancamento dos Processos, tendo em vista a existência de uma CPI, V.Exa.
recebeu o Requerimento de trancamento também do Ver. Clóvis Brum. Recebeu sem
efeito suspensivo, razão pela qual vem correndo Pauta o Processo do Plano
Diretor. Entendo que há um Requerimento aprovado no sentido de que repita a
Pauta de todos os Projetos ligados ao Plano Diretor. Então, o do Fundo
Municipal de Desenvolvimento Urbano também deveria sê-lo, porque não houve
trancamento, não houve efeito suspensivo no recebimento do Requerimento de
trancamento.
O SR. PRESIDENTE: Manifesto repetidamente a
V.Exa. que esta Presidência se inclina que ambos os Projetos... este referido
por V.Exa. está equivocamente correndo Pauta em segunda Sessão. É opinião
pessoal, salvo melhor juízo dos outros bacharéis da Casa. Agora, há de haver
uma tratativa na Casa para o encaminhamento da presente matéria que agora chega
ao seu clímax, quando o Ver. Hermes Dutra requer, fundamentado num artigo
orgânico, para a tramitação cuja situação do efeito a Mesa deferirá amanhã,
após conversar com os Líderes, ou irá para o Plenário, num ritual que vamos
procurar sustar, ou não, o prosseguimento do feito.
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
Eu pergunto a V.Exa. se V.Exa. leu ou pediu aos bons ofícios que alguém lesse o
Projeto de autoria do Sr. Prefeito e o Projeto do Fundo para ver se ele confere
“ipsis litteris” com o outro. Tenho informações de que não confere.
O SR. PRESIDENTE: A informação que a Mesa tem
é de que confere “ipsis litteris”. Determino ao Sr. Diretor Legislativo que
encaminhe o anterior e o atual para os Srs. Líderes de Bancada.
O SR. WERNER BECKER (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, pediria a V.Exa. que, antes da reunião de amanhã, pedisse tanto
o Plano como o Fundo, e peça também a leitura, indicada por V.Exa., para também
a Presidência ter a convicção se confere ou não confere, porque uma coisa é se
conferir e outra coisa é não se conferir.
O SR. ISAAC AINHORN (Questão
de Ordem):
Sr. Presidente, entendo, "data venia", que não se faz necessário o
cotejo, uma vez que o Projeto do Fundo nunca saiu da Diretoria Legislativa,
apenas o Executivo pediu a retomada do Projeto do Fundo. Desnecessário se faz o
cotejamento porque não existem dois projetos. Existe, tão-somente, um. Só peço
a V.Exa. que se municie de informações de sua Diretoria Legislativa para responder
ao Vereador aquilo que este modesto Vereador, Suplente da Bancada do PDT, sabe
por conta própria, mas gostaria que ficasse plenamente respondido, com a
assessoria da Diretoria Legislativa, para que não restem dúvidas de que o
Projeto é o mesmo. E pergunto mais: primeiramente, quanto a isso; em segundo
lugar, pergunto a V.Exa. se há um requerimento que pediu que corresse Pauta o
Projeto de alteração do Plano Diretor e do Fundo Municipal de Desenvolvimento
Urbano.
O SR. PRESIDENTE: Sr. Vereador, não tenho
dúvida de que é igual. No entanto, pela falibilidade humana, determinei à
Diretoria Legislativa que distribuísse. Agora, minha opinião pessoal, e talvez
irreversível, é de que há perfeita igualdade, porque acompanho o raciocínio de
V.Exa., que, estando o Projeto nas mãos do Sr. Diretor Legislativo, salvo
adulteração na Diretoria Legislativa, o que não é possível admitir, tem que ser
o mesmo. Por isso, é que não pode correr Pauta. Pois como é que pode correr
Pauta se já correu Pauta? Nem saiu da Casa!
O SR. ISAAC AINHORN: Mas não foi o Requerimento
que ensejou que corresse Pauta o Plano Diretor e requerimentos também em
relação a esse. Então, o Plenário não é mais soberano nas suas decisões.
O SR. PRESIDENTE: Exatamente, e é exatamente
sobre isso que eu gostaria de tratar na reunião com os Srs. Líderes. Há
matérias bastante diferenciadas.
O SR. ISAAC AINHORN: Se é que eu entendi bem, na
época, quando o Requerimento foi aprovado pelos Vereadores presentes, havendo
existência de "quorum", era no sentido de que a Pauta permitisse uma
discussão maior do Projeto. Por isso, a razão de se repetir, muito embora
juridicamente desnecessário fosse. Todo mundo sabia desse aspecto jurídico, mas
o Ver. Clóvis Brum, que foi apoiado pela unanimidade dos Vereadores presentes,
se não me falha a memória, queria discutir mais o Projeto e outros projetos. E
por que uma razão jurídica vai-se sobrepor, agora, a uma decisão soberana da
Casa, que pretende, através da Pauta, discutir mais o Projeto, Vereador?
O SR. PRESIDENTE: Por essas coisas, é que a
Mesa ouvirá as Lideranças e, posteriormente, os Srs. Vereadores e, talvez, as
Comissões da Casa, de vez que há Requerimentos rigorosamente conflitantes, como
o que V.Exa. está dizendo agora, que conflitam com a própria legislação e com a
própria decisão do Plenário.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Estou assistindo a um diálogo entre o Ver. Isaac Ainhorn e a Mesa, que fere o
Regimento Interno. Eu aceito Questão de Ordem, decisão da Mesa, mas estamos há
mais de 10 minutos numa discussão entre o Ver. Isaac e a Mesa da Casa. Não é
concebível, nem regimentalmente. No entretanto, quero dizer que foi aprovado
pelo Plenário que todos os Processos relacionados com o Plano Diretor corressem
Pauta novamente, com exceção do Ver. Hermes Dutra, ou seja, o Fundo, e a
operação do Plano proposto pelo Prefeito. Foi decisão unânime, não se
questionou. Agora, o Ver. Isaac Ainhorn, de um momento para o outro, faz uma
discussão em 10 minutos com V.Exa. e consegue tirar de V.Exa. uma definição perigosa.
A decisão do Plenário, Ver. Isaac Ainhorn e Sr. Presidente, irrecorrível pela
Comissão de Justiça, foi de que corresse Pauta novamente. PT saudações. Os
Anais estão registrando o que estou afirmando. Acontece que no Requerimento,
além do pedido de correr Pauta novamente, tinha um outro pedido deste Vereador
e do Ver. Antonio Hohlfeldt no sentido de sustar-se o andamento desses
Processos, e aí se incluía o do Ver. Hermes Dutra, até o final da conclusão dos
trabalhos da Comissão de Inquérito presidida, em tão boa hora, pelo Ver. Adão
Eliseu. A Comissão de Justiça já se pronunciou sobre o assunto. Esperamos,
agora, uma decisão do Plenário, ratificando ou não a posição da Comissão de
Justiça, que é o caminho normal. Só apelo à Mesa para que não defira o Requerimento
do Ver. Hermes Dutra antes da votação do parecer da Comissão.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa já referiu que não o
fará e citará, inclusive, o Ver. Hermes Dutra, juntamente com as demais
Lideranças da Casa. Acho que o Ver. Clóvis Brum, juntamente com o Ver. Isaac
Ainhorn, coloca no Plenário todas as nuanças ocorridas no Processo. Inclusive,
V.Exa. levanta, neste momento, que foi requerido para correr Pauta e, ao mesmo
tempo, foi requerido para tirar de Pauta, sustando o andamento. Em face desses
choques e entrechoques e agora, ainda, o caso levantado pelo Ver. Hermes Dutra,
não há Regimento Interno que suporte, a não ser a nossa reunião, que poderá
encaminhar o assunto devidamente, sem o que nós traremos para o Plenário várias
votações a serem feitas sobre o mesmo assunto. Até mesmo poderíamos entrar em
equívoco de que - como lembrava o Sr. Ver. Isaac Ainhorn - o Projeto não saiu
da Casa. Reparem V.Exas. a complexidade da matéria. Por outro lado, em
determinado momento, foi requerido para tirar de Pauta o que está em Pauta
agora. Não se tomará nenhuma decisão.
O SR. HERMES DUTRA: Eu, para que se veja que a
minha dose de colaboração com o bom andamento dos trabalhos é extremamente
elástica - ela não é inelástica -, acato a sugestão da Mesa, anti-regimental,
de ouvir as Lideranças antes de deferir, de plano, um Requerimento que fiz,
baseado na Lei Orgânica, art. 44, e não do Regimento. Entretanto, para ajudar a
Mesa, acato e aguardo até quarta-feira. Retiro, então, o Requerimento.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa é grata a V.Exa. E
grata aos Srs. Vereadores que elucidaram problemas tão complexos como os que
enfrentamos nestas Questões de Ordem.
O SR. CLÓVIS BRUM (Questão
de Ordem):
Apelo à Mesa que, tão logo realizada a reunião com as Lideranças, coloque, por
favor, em votação, no Plenário, o parecer da Comissão de Justiça.
O SR. PRESIDENTE: Ver. Clóvis Brum, V.Exa.,
como Líder do PMDB, amanhã, na reunião, terá inteira propriedade para colocar o
que ora faz. Peço a Sra. Secretária que apregoe outro Requerimento.
A SRA. SECRETÁRIA: Requerimento de autoria do
Ver. Cleom Guatimozim, solicitando que o PLL n.º 23/87 seja considerado em
regime de urgência.
O SR. PRESIDENTE: Em votação. Com a palavra,
o Ver. Clóvis Brum para encaminhar.
O SR. CLÓVIS BRUM: Sr. Presidente, não
necessitaria dos cinco minutos, mas gostaria de saber, do Autor do
Requerimento, de que trata a lei citada, porque confesso: apresentado o
Requerimento, não entendi qual é a lei que está sendo alterada, de maneira que
não posso, pois pode ser uma lei de repercussão ou de não-grande repercussão e
já tem dado problemas esse regime de urgência com parecer conjunto. Gostaria
que fosse explicado pelo Ver. Cleom Guatimozim, quem sabe em Questão de Ordem.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa não pode aceitar uma
Questão de Ordem quando sabe que não é uma Questão de Ordem.
O SR. CLÓVIS BRUM: Então, voto contra o
Requerimento do Ver. Cleom Guatimozim, pedindo que o Ver. Cleom Guatimozim
encaminhe. Se ele me convencer, eu até mudo o meu voto, mas, no momento, eu
voto contra, porque não diz sobre o que trata a lei. Isso é coisa de Vereador
experiente? Peço que ele nos oriente. O Ver. Cleom Guatimozim já está há um
quarto de século nesta Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Com a palavra, o Ver. Cleom
Guatimozim para encaminhar.
O SR. CLEOM GUATIMOZIM: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, tenho certeza de que só o acúmulo de serviço nesta Casa é que fez
com que o Ver. Clóvis Brum, num momento, se sentisse esquecido, porque sabe o
número de todas as leis em tramitação, tenho certeza disso, como Líder do PMDB.
Entretanto, explico que estamos pedindo urgência pelo seguinte fato:
quinta-feira à tarde esteve nesta Casa um grupo de funcionários da
Administração Centralizada, das autarquias, que vieram nos pedir urgência. Nós
encaminhamos apenas a urgência. Não encaminhamos o pedido de relator único para
um Projeto que visa a permitir a ascensão de funcionários nos concursos
internos. Exemplo, como há nesta Casa: o engenheiro que é ocupante de um cargo
que não é de engenheiro. Assim se permite que ele faça esse concurso, como para
todos os cargos de profissão liberal. Estamos pedindo apenas a urgência, e não
relator único, que é para dar oportunidade de que todos os Vereadores estudem o
Processo. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. GETÚLIO BRIZOLLA: Para um Requerimento, Sr.
Presidente. Solicito verificação de "quorum".
O SR. PRESIDENTE: Solicito à Sra. Secretária
que proceda à verificação de "quorum".
A SRA. 1ª SECRETÁRIA: Não há "quorum",
Sr. Presidente.
O SR. PRESIDENTE: Face à inexistência de
"quorum" para o prosseguimento dos trabalhos, convoco os Srs.
Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental.
Estão levantados os trabalhos.
(Levanta-se a Sessão às 19h03min.)
* * * * *